sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sofismas de mim

Parece-me que hodiernamente vivo
com sentimentos escassos vazios de mim
como se a relatividade do meu tempo fosse efêmero
e a minha boca já não salivasse mais
já não buscasse a língua
e o que sou teria me tornado cálido

parece-me assim
como se a lua minguasse e eu fosse tudo
seu mundo e céu
mas já não terminasse meu

parece-me apenas parece-me
não que calcifique assim feito sonho
dentro de mim
não que pantentei-se como sofrimento
melado e cheio de odores fétidos

parece-me que morro e renasço
e permaneço inevitavelmente inerte
e em minha íris caminha levemente
o que quis
apenas o que quis

parece-me
é o que parece ser
e tudo que verdadeiramente parece ser
apenas é

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