sábado, 22 de julho de 2023

LEVA ESSE RECADO PRA MARIA

 Vai

leva esse recado pra Maria

diz pra ela que não dormi

que me embriaguei de espera

diz que chorei 

de véspera


pra vê se aquela marvada

sente pena desse meu sofrê


vai

diz tudo que não presta

pra vê se aquela marvada 

volta ou me detesta


Leva esse recado pra Maria

encontra aquela perversa

eu hoje vou sofrê

sem Maria não dá

pra viver


vai moço

leva

e se ela não mais me quer

diz logo preu viajar


moço diz pra ela que morri

que parti feito querobim

pra vê 

se aquela marvada

ao menos pensa em mim


JESUS VERSO E REVERSO

 Jesus mestre e amigo

Carpinteiro do universo

verso e reverso

eu a ti desfaleço e calo

quando no silêncio

só a ti falo


sublime pai e filho

quando já na bruma 

eu me perco

e fogem as forças

da matéria latente

quando já umbrático o presente

e caminho entrementes

perdido


na dor suprema

da alma esquecida

clamo a ti

redentor divino


dá-me tuas mãos

neste vale de lágrimas

eis que sou fraco e pequenino

para tragar no cálice da dor

que redime o espírito errante


Jesus mestre e amigo

verso e reverso

A ILUSÃO DA ESPERA NA SOLIDÃO COLETIVA VIGIADA DE PASSADO

 


domingo, 16 de julho de 2023

O PODER DA LEGITIMAÇÃO DO ARBÍTRIO

 O PODER DE LEGITIMAÇÃO DO ARBÍTRIO: a vontade que cria conhecimento


Qual a questão?

A crença religiosa é racional?


A Religião é um sistema simbólico estruturado que visa objetivos abstratos, genéricos e distantes do tempo presente.


Objetos abstratos são indefiníveis mas produzem efeitos sociais válidos a partir de experiências sócio-cultural e constroem sistemas dogmáticos em seu tempo.

Aliás, o tempo da Religião é um tempo sagrado, no qual cumpre uma função social, quando constrói experiências e materializa funções psicológicas.


A constituição de um campo religioso deve ser  relativamente autônomo para desenvolver a necessidade de moralização e de sistematização das crenças e suas práticas. 


A crença religiosa é conhecimento por está garantida a sua produção pelas faculdades cognitivas do ser e não é uma realização do desejo ou pensamento ilusório como quer Freud pois essa afirmação pressupõe que as faculdades cognitivas do crente não funcionam de maneira adequada.


Poder-se-ia atribuir primitivismo às crenças, considerando o trabalho material que reserva espaços para o endeusamento da natureza, facilitada pela dispersão espacial da população que dificulta a tomada de consciência do interesse coletivo. 


Entretanto, o trabalho intelectual facilita a racionalização das crenças pois liberta das tradições de idolatrias da natureza pela tomada de consciência do interesse coletivo na contra mão da dispersão espacial da população.


O trabalho intelectual permite ao homem apreender os objetos, perceber e entender mentalmente seus atributos e significados.


Os objetos são apresentados ao homem pela linguagem e a Religião é uma linguagem com seus mitos e símbolos e cria em torno do povo a quem serve , um círculo mágico que constrói conhecimento e comunicação, portanto a religião é passível de análise científica. 


A Ciências da Religião em um estudo comparativo e não produz normas de conduta, algo afeto à Religião, e pretende enxergar uma essência comum nas Religiões que é o sagrado através dos fenômenos: ritual e tempos e para tanto, estuda as formas que Deus se expressa no mundo e seus efeitos sociais utilizando um método empírico, teóricos e sistemático a partir de fatos ou de idéias.


sábado, 15 de julho de 2023

Descalço

 Descalço 




Estranho é 

iludir a

Razão 

Desenhar espaços para a desilusão 


Vomitar desejos e juntar pedaços 

É meramente estranho aparecer sem dono

No sonho 


Mas 

É prazeroso enganar a dor


Esquecer e sumir por segundos 

E voltar por terapia 


Porém 

Iludindo o desejo de permanecer 

Descalço 


No palco dos antepassados

É estranho encarar a morte de frente


E quando de repente 

Em um sonho 

Verberar como foi bom

Te ver e crer que estavas ali


Disfarçando a eternidade

Iludindo a razão 

De viver e não viver 

Em vão 




Molhando o céu da boca

 Molhando o céu da boca


Queria ver-te mais uma vez 

Na retina da minha tela nua


Queria mergulhar no infinito do teu desejo

Ser teu espelho

E poder tocar-te pelo reflexo 


Ser teu plexo e solidão das tuas mãos 

Quando caminha levemente 

Em teus mistérios 


Queria ser a dona do teu abandono

Ser tua noite 

Quando suave respiras sem controle


Queria derramar teus espasmos

Em mim

E assim eternizar nosso segredo


Ai que saudades do teu choro

E do aperto dengoso

Que descia pelo tapete 

E escorria pelas bordas do vestido

Da minha cara nua

Molhando o céu