terça-feira, 19 de outubro de 2010

delicias da Hipocrisia

meus olhos sangram em um comando inexorável
ao deliciar a hipocrisia

meu corpo responde a essa chaga que aborta a dor
e que machuca mais que a perda

não tenho mais comando de mim e meu corpo padece inerte

esse gélido vômito de nostalgia e amores trôpegos

estou no limite e visualizo ao longe os demônios da minha semeadura

mas eis que quedo de joelhos
e imploro ao artífice do universo
não me abandones às margens de aqueronte
nem permitas que, mais uma vez,
trague no cálice da dor que redime o espírito errante

eis me aqui
fraco e pequeninino andante no tempo
eis me diante de ti
oh! semeador de ventos

tudo passa
não há homem que não saiba disso
o amor nos abandona de tempos em tempos
e nunca foi tão dificil decidir
o que sentir e o que não sentir
na eclipse da capacidade de sonhar

tudo passa
eis a necessidade de superar a transformação débil de uma decadência
e ver-se exposto à devastação da loucura
o colapso abrupto é a consequência de um dia a dia de uma árida dor
que afasta os projetos do futuro e arranca as raízes de uma vida

eis me aqui
diante de ti

Um comentário:

  1. Essa e tão profunda.....impossível a lágrima não implorar p cair.....poeta....

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