terça-feira, 1 de junho de 2021

DOR

 Não há dor que não se acabe

se transformando em pranto

não há canto que derrame estrelas

quando o encanto desaba

e da janela se espera um novo encontro

não há espanto no desencanto

do vazio que a íris petrifica regando

não há prazer neste deslavo

do escapo deixado na sala vazia

não

não me fale em reencontros

em fadas e gnomos

apenas deixa-me aqui

sozinho a contemplar a saudade 

do futuro do abraço apertado 

chorando