Tantos anos passados
Quanta luz, quanto fado
Ah! Vida
Como repetes os contornos dos reencontros
Levando as almas a se reverem
Sou condor, sou céu
O pedreiro livre
Minha alma não soluça
E não geme
Os raios da vida
Há vinte e oito anos
Rasgaram como um látego
O mal que chora e treme
Ouso dizer-te que a vida é encanto
Acreditas que sonhar também infama
E mergulhar nos olhos assim
Não é sonhar
Oh! Alma insana
É vida, não é drama
Quem não ficou órfão um dia
Do afeto que o consumiu?
Não! Não penses nessa vida
Como fosse tortura
Ou se fosse loucura
Não penses nessa vida em pecado
em rastros
Não penses com aflição
Como fora ilusão
Saibas que este amor
Esta vida
É uma gota de luz
não nos cega
e sim restaura
a nossa íris em trevas
23.01.1993
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