Diria que a vida é irrelevante e desinteressante, porém não posso dizê-lo como tenho dito, pois não nos é dado as emoções, e sempre que posso desligo a chave dos sentidos, dirias tu. E como é possível esquecer a existência, esquecer o sentido de se aqui está?
Não, eu não poderia responder-te se assim te convém ou me convém, mas posso e digo , tudo é possível, quando se quer é possível, ao menos o controle diário sobre os sentidos.
Ma s, existe o medo se tornar-se pedra, é assim mesmo, pedra, sem sentimentos , desligado do mundo, sempre um dia e outro dia, e a espera pelo nem sei o que, a espera pelo amanhã , mas é a espera pelo amanhã igual.
É assim, a vida pela vida , e toda uma espera, ou na verdade , toda uma vida em espera.
E o maior desprezo é a lágrima petrificada, essa droga que não cai e nem serve sequer pra lavar a alma impura, e a íris perdida no meio doas rochas materializadas pela calcificação da dor, num vai e vem de sentimentos planetários além de ti e de mim, além da carência de tudo.
Dirias, dirias, mas também me foge o prazer de dizer-te, e é bem melhor calar e ouvir impropérios e maculas de uma boca vazia.
É bem assim, é bem assim, um dia e uma noite e a reclamação constante não e não e não.
Tantos livros, tantos ,tantos e porquês, tantas palavras e nada além de símbolos métricos pra direcionar sentimentos céticos, e o mito do tudo da vida eterna amém, e vens e vais e a lágrima que não cai, nem pra sujar a face nem pra ferir a alma , não cai pois não serve pra nada além de mim.
Pessoas impuras , cheias de miasmas e queixas , vazias a cantarolar, a esperar o caminho pro além .
Diria e digo vale a pena tudo isso?
Vale o querer e a dor ?
Vale o arrependimento estério?
Idlio 2008
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