quinta-feira, 12 de agosto de 2010

o aprendiz

1.       O aprendiz.

 

O aprendiz chegou à Loja de trabalhos antes dos demais obreiros, olhava desconfiado para aquela construção imponente à sua frente, mais parecia um mundo cheio de mistérios e escuridão pela ignorância do profano.

O que o esperava na penumbra daqueles muros? O que seria sua nova vida? Seu novo labor.

Esperou horas sentado ao lado de uma coluna jônica, estava despido do avental,mas trazia à mão o maço e o cinzel, e uma curiosidade que não escondia, que estava estampada no rosto jovial.

O relógio que aquecia a parede da loja tocou 12 badaladas despertando o aprendiz, era a hora do começo dos trabalhos a loja estava composta.

Os aprendizes  enfileiravam-se todos na coluna do norte e um a  um ia entrando no templo, todos revestidos com seus aventais e suas ferramentas de trabalho, não sem antes emitirem o sinal de reconhecimento ao guarda do templo, este armado com a sua espada, respondia um a um, e não deixava adentrar no templo estranhos à ordem, fácil seria decapitar um intruso, afinal, o guarda jurou defender a ordem e seria capaz de decapitar o próprio corpo a trair seus ideais, sua fé.

 O templo estava iluminado por três luzes,  a luz da sabedoria, a luz da força e a luz da beleza. A sabedoria não teria sentido, seria pântano , sem a possibilidade de poder acionar o seu conhecimento, de modificar o mundo exterior, de ação, eis a necessidade da segunda luz da loja, a força, sabedoria e força, representavam juntas a possibilidade efetiva de mudanças no mundo, mas só as duas juntas destruiriam a humanidade, era necessário o amor, o poder da beleza, o querer agir em nome do outro, e não apenas o desejo letárgico de mudar, o desprendimento a trilogia do templo.

Sabedoria, força e amor, a perfeição.

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