Diria que a vida é irrelevante e desinteressante
porém não posso dizê-lo como tenho dito,
pois não nos é dado o controle das emoções,
e sempre que posso desligo a chave dos sentidos
dirias tu. E como é possível esquecer a existência, esquecer o sentido de se aqui está?
Não, eu não poderia responder-te se assim te convém ou me convém, mas posso e digo
tudo é possível, quando se quer é possível, ao menos o controle diário sobre os sentidos
Mas, existe o medo se tornar-se pedra
é assim mesmo, pedra, sem sentimentos , desligado do mundo
sempre um dia e outro dia, e a espera
a espera pelo amanhã , mas é a espera pelo amanhã igual.
É assim, a vida pela vida
e toda uma espera, ou na verdade , toda uma vida em espera
E o maior desprezo é a lágrima petrificada
essa droga que não cai e nem serve sequer pra lavar a alma impura
e a íris perdida no meio das rochas materializadas pela calcificação da dor
num vai e vem de sentimentos planetários além de ti e de mim, além da carência de tudo
Dirias, dirias, mas também me foge o prazer de dizer-te
e é bem melhor calar e ouvir impropérios e maculas de uma boca vazia
É bem assim, é bem assim, um dia e uma noite e a reclamação constante não e não e não
Tantos livros, tantos tantos e porquês
tantas palavras e nada além de símbolos métricos pra direcionar sentimentos céticos
e o mito do tudo da vida eterna amém
e vens e vais e a lágrima que não cai
nem para sujar a face nem pra ferir a alma
não cai pois não serve pra nada além de mim
Pessoas impuras , cheias de miasmas e queixas
vazias a cantarolar, a esperar o caminho pro além .
Diria e digo vale a pena tudo isso?
Vale o querer e a dor ?
Vale o arrependimento estério?
e a música que não toca a alma
e o cinismo métrico essencial à rima e à sobrevivência
a nostalgia que busca a volta mas a espera tenta seguir em frente
e não olhar para o sentido morto
vale a pena
tudo valeu a pena...
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