sábado, 25 de dezembro de 2010

Maçonaria, crítica fúnebre

O irmão será sempre sagrado aos nossos olhos
à nossa palavra
da qual nunca jamais cairá um vilipêndio
ainda contra amigos de outros tempos
nem mesmo àqueles
para quem a discussão acaba em vômito de lama
mas que a fraternidade de ontem
na defesa da mais divina das causas
ungia para sempre os nossos olhos.
A paixão pela verdade
semelha por vezes às cachoeiras da serra
Aqueles borbotões de águas
que rebentam  e espadanam marulhando
eram pouco tempo atras
o resgate que serpeia
cantando pela encosta
e seriam, dai a pouco
o fio de prata  que se desdobra
gemendo na esplanada.
Corria murmuroso  e descuidado
encontrou o obstáculo
Cresceu, envolveu-o, cobriu-o,
o transpõe
desfazendo-se em pedaços de cristal e flocos de espuma.
Todos os sentimentos puros obedecem a lei da verdade
Onde começa a mentira principia a infidelidade
e se abre o caminho do perjuro.
Obedeço ainda assustado e confundido
a honra da iniciação que me eleva até aqui.
Não foi meu excesso de inexperiente confiança
foi, pelo contrário, uma deliberação
maduramente refletida.
Bastar-me-a ser sincero para ser fiel,
e na minha sinceridade
busco entre os irmãos
a figura soberana de Florisvaldo Vieira
o venerável da minha iniciação
e tanto mais quanto distanciado dele
bem perto estive da sua alma,
pela amizade,
todavia não foi longa
mas pródriga.
A poeira é a irmã sedenta da lama
a maçonaria é lívida
é pura
e se existir poeira
não existirá fraternidade.

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