sou
um anjo azul no infinito
no universo sem sentido
a eterna solidão
ignora o meu ser
tenho alguns quilos incertos
e uma vida dedicada a vencer
um amanhã promissor
e uma dor constante fora de mim
um anjo caído passou
e depositou em meu corpo
solenemente em reptos veemente
dos excessos e da destruição
e ainda assim
nunca se desdenhou
em toda a minha vida
aos meus olhos entregues
a anarquia da ambição
na fraqueza
na vulgaridade
e na inconsciência
viajar a malebolge
sem guia
Idilio em 1996
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