Saudade
Dos meus únicos
Meus oportunos individuais
Da rede
Do meu descalço
Saudade
Quando iludia a fome
Do magro pedaço
Quando só tinha o sonho
Do fausto
Quando aqueronte era só um rio
No espaço quadrado
Saudade do furo
Que resfriava o sapato
Do cheiro de mato
Do descaso
Saudade da rua
Do meu imaginado
Quando rompia a fortuna
No meu descalabro
Saudade é fato
E hoje é espaço
É mistura pra todo lado
Saudade do meu apaixonado
Quando chorado
Não tinha nem lado
Mas corria calado
E era rei e soldado
Não tinha nada
Mas tinha a certeza
Que a vida era fado
Saudade
Saudade
Do olhar desejado
Do pedaço
Do pequeno espaço
Da conquista
Da dor de ter chegado
Da despedida
No campo sagrado
Da esperança de ter desperdiçado
Saudade da brisa da serra
Do viver infinitamente
Desprendido do mar
Saudade do bar
Da igreja e do sino
Saudade do menino
Que corria no ororubá
Saudade é não poder voltar
Saudade é fado
Idílio
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