segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

O PLATONISMO QUE INVENTEI

Andei em mundos disformes 

Dismundos solenes e retóricos 


Andei por veredas antigas

Estradas e vales


Subi montes e serras 

Cansei na estrada

Perdi o norte de mim


E andei a colher sementes e frutos

Da semeadura livre

Entortei meu canto

Isolei meu espanto


Perdi vidas e pranteei meus versos

Chorei sem plateia

Engoli a dor do descaso e do esquecimento


hoje 

deito na rede da solidão

vago feito alma aflita

e

Perdida


Amei tão intensamente 

que planifiquei a minha espera

e calcifiquei a minha saudade

no ralo que escorre desejos


Estou só no platonismo que inventei

Mas por descanso 

Durmo tranquilo


Idílio

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