estou cansado de ser mar
cansado das variáveis e das mentiras da lua
que teima ser cheia quando se é igual
a nova ou meia
minguante inteira
mas que é sempre a mesma
nua lua
cansado da ilusão efêmera
que se repete
e que inunda a fantasia
e entorpece a íris
mas eis que queda
a mesma
lua nua e sem rosto
cansado de olhar-te e nada ver
além de uma fantasia que silencia
a mentira de estar lá
inteira
e por er a mesma
não pode ser nova ou cheia
nem minguando será inteira
cansado por saber que voltas
sem nunca teres partido para alguma chegada
e ainda creio que voltastes do nada
que teu semblante denuncia
vazia
lua inteira
eis tua mentira
e enganas os tolos
eis-me a acreditar
em tua ilusão desmedida
que estais sempre aqui
bem perto do fim
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