terça-feira, 1 de maio de 2012

Zoé

por onde andas
porque não me sugas a vida pelos lábios
não vês que os olhos não penetram no meu corpo
apenas embriagam por um instante o meu coração

e como pode um instante ser longo assim
como pode a minha agonia ser asim tão lúcida
se já não falas mais
nem mentes pra mim

por acaso ouvirás o que digo?
o amor não é silêncio
estarei delirando ou tudo isso é real?

não sentes que deliro
e que meu dia é pesadelo e a noite sonho
ouço ruídos dentro de mim
estertores e gemidos
e ainda assim cada átimo de lembrança
é uma vergastada eufórica e enfadonha

Por onde andas Zoé
se em meu instante tu não mais estais
e ouso queixar-me
porque levastes a chave de mim?

meu pranto é triste e rude
pois me olhastes nos olhos
hoje
o meu amor é escárnio
e a minha esperança opróbio

caminho entrementes perdido
sinto a ausência imaculada do beijo
sinto o toque da carícia plena da voz
sinto a lágrima que espera
o tempo certo da volta

sinto Zoé
hoje apenas sinto
e sou um poço de solidão
em réplica antecipada do amor que vivi

Por onde andas...

idílio

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