quarta-feira, 2 de março de 2011

as dores do mundo

Estou aqui sentado olhando as crianças a brincar e eu sonhando.
Evidente que meu sonho é alado, que viajo além do céu e mar.
Os meus pés descalços me permite sentir o gosto do asfalto molhado.
As crianças que correm à minha frente não são mais felizes que eu, o nosso céu é o mesmo,
Só me pergunto se Deus realmente mora por lá, se existem crianças que choram por lá, pois que se Deus mora lá, não existem lágrimas pra se chorar.
Eu descobri nessa minha aventura de ser criança, que as pessoas passam por mim, apenas passam. Acho misterioso esse vai e vem de gente, e eu aqui sentada, admirando essa correria, não fossem as dores que sinto quando às vezes choro, até que me sentiria feliz , pois nem sei que sou diferente.
Eu sinceramente às vezes durmo . Se sonho, talvez mas sempre sonho no inverno . Você imagina como é sonhar no inverno?
Mas meu sono é alado e minha alegria efêmera, e o frio real.
Sinceramente sei que Deus, por ser justo, nos deu oportunidades iguais, e aqui entendo que justiça é igualdade de sonhos.
Andei em busca da infancia perdida em meio a crise da falsidade da evidencia desconcentrada das oportunidades.A utópica legitimidade da esperança em uma manifestação do poder. Somos iguais e é necessário esclarecer que não acreditamos que a coerência interna da esperança se esgote em mãos que não sentem o nosso sonho nem a nossa dor.
No momento atual, esta evidência igual não implica que subsista a minha agonia inegável.
Se o rei é perverso, se é baseado em falácias, o seu discurso, se o poder mais importante da infancia perdida fica fora do nossos  sonhos, se a igualdade é desigual, como racionalizar a preocupação com a legitimidade.
Tudo é discurso, planos de papel.
O meu dia é esquecido, mas sou filho da sua ânsia pelo poder de decidir, sou filho do teu lamento e do teu pleito de igualdade.
Eu sou o que sou sem mentiras pra mim, sou a tua dor no mundo em que vivem teus filhos, sou e apesar de lágrimas que vertes quando olhas pra mim, tuas lágrimas não traduzem a ação que sonho de ti, e a tua melancolia não aplaca a minha agonia.
Somos iguais, apenas somos iguais e perdemo-nos no plano teórico de Deus

  

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