sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Helena

Passei em frente à tua calçada
fugindo pra perto de ti
teus pés descalços e a rua molhada

entrei na tua casa
e foram tantos anos de espera
que nem lembro a cor dos teus olhos

beijei teu tempo
e de tão distante de mim
imaginei a dor de te ter tão minha
mas em um tempo diferente

caminhei lentamente no teu espaço
e em poucos dias transformei
o futuro em pretérito
esvaziei o presente
e fiz um tempo diferente

Helena
vou te chamar de Helena
e rever teu olhar agustiado
de expectração
quando deitei em tua cama
enquanto as claridades opalinas
da lua não haviam esperado
o fechamento absoluto
do  leque imenso da noite

diante de seus olhos Helena
deixei transparecer o jardim
que escrevi teu nome

foi nesse instante
como se estivesse sob o império de estranho
e suave magnetismo
ouvi teu prazer desabar em mim
revelando ao mesmo tempo
uma melacolia majestosa
e em meu coração
marulhavam ondas de sentimentos
que até então eram-lhe ignoradas

não fugi de ti Helena
nem morri da solidão da noite
mas sou servo em um sentimento acrisolado
e procuro o crepúsculo
porém digo a ti helena
em minha voz quase melíflua
para sempre
escrevi contigo
uma das mais belas páginas afetivas
no livro das nossas vidas

choro
mas minhas lágrimas não são de compunção
e te peço silenciosamente
não me prives de continuar te amando
como louco que finge a sua desdita
julgueis o meu sentimento
pois
os que não julgam esquecem
Helena


Idílio

Nenhum comentário:

Postar um comentário