Que dor trago a corroer a minha alegria e juventude
que se esconde nos escombros da minha alma vazia de felicidade?
que fiz por merecer um ocaso assim tão núbio e divorciado da alegria
sem colo e apatrido de amor?
onde dormirá o meu amor desfeito dentro de mim?
nas ruelas do meu passado?
nem assim pois a íris não visualiza as lembranças vazias
que esfumaçam a minha alma de escarpo e espinhos
Saudade do futuro?
seria enlaço e permaneceria descalço de mim
só queria sentar. e olhar bem nos olhos e sentir o amor no toque
tão cheio de mim que permaneceria criança de tanto amar enfim
só queria deitar no colo
deixar o amor levar
mas onde o colo e o pranto?
onde a casa e o recanto?
eis que me encanto quando canto
e espanto a solidão em mi
queria flutuante ser
como um sopro
ser louco e partir
porém
não existe partida sem porto de destino e nem caminho sem fim definido
e eis que quedo calado
no mesmo lugar apenas por desejar e não viver neste lugar
que dor trago e me embriago na solidão do amargor que desce na boca
e ainda assim trago
pois me engano imaginando o sabor da dor que estrago
por não saber deliciar quando trago
que fiz por receber tal mérito
por ser descrédito nas bocas que ainda balbuciam nódoas sem sentido
por decreto
ser só mas ser eterno
queria
ah! como eu queria
encostra em um peito
sentir o coração de quem ama
sem despertar lembranças
eternizar
Suzana
ResponderExcluirOi, por vezes, não é necessário o físico!Basta fechar os olhos e sentir a presença que se almeja, a alma se acalma.