quarta-feira, 17 de outubro de 2012

a porta

o vidro embassa
a noite passa
o grito engasga
o suor descalça
o lábio implora
a porta destroça
o gosto que vem
as mãos  se enroscam
o rosto na porta
a lingua que suga
a flor que encanta
o medo da volta
a casa escura
a rua morta
a porta
a porta
o olhar que derrama
o drama da dama
a explosão que cala
a nudez da escosta
a porta
a porta
o penetrar do espanto
o canto e o gemer surdo
do pranto
o uivo no escuro
o pulo
e a porta torta
do descuido

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