meu mundo escorre
eis que é tinta
minha alma queria apossar-se de você
e sugar teu hálito
o teu sangue
a tua vida
mas
meu espaço celeste
recusa-se a beber tua alma etérea
eis que nunca desci à lama da mentira
e não posso descansar em um paraíso
longe de ti
meu sol
meu espaço
meu silêncio
o ruído que espanta as palavras
grita sem cessar dentro de mim
eis que é chama
e aquece meu medo
de perder-te para sempre
nos labirintos do meu silêncio
foram muitas as minhas amantes
e nem todas me possuíram
mas aquelas que o fizeram
observaram um frêmito quase silencioso
em que minha alma se contorcia
como em uma aurora
porque me olhas assim?
teus olhos me fizeram errar o passo
pois são ao mesmo tempo
terno sorriso e culpa
que se sucede
como fabulações
do teu próprio inconsciente
idilio
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