terça-feira, 22 de junho de 2010

um plácido respirar

viajando na magia de um plácido respirar
embora irracional para as mentes sublunares
infinitesimalmente um longo respirar

o dia é eterno e o tempo
um átimo
um olhar em direção ao infinito
e o que temo no tempo
é ficar esquecido
e adentar num sonho trágico

não é o saber da ciência que se libra
acima das nuvens e alteia o vôo soberbo
além das regiões siderais
até os parámos indevassáveis do infinito
não
e sim um lábio que pede e se permite
um mergulho nas entranhas de um corpo
pelo céu de uma boca nua

é o gemido contido
de um coração que explode
os mais sãos desvarios da inveja e da loucura

o que direis
que seja eterno
oiu que dure o tempo certo de um dia
o único dia que se vive
em que se vive

mas o que importa é que dê começo
amenizando a tutela pérpetua
dos que não escolhem
com receio da volta

não é sonho
bem sinto eu
nas pulsasões do sangue
essa ressureição ansiada

oxalá não me fechem as portas
a porta torta que direciona os amantes
para o universo do encanto e da dor

viajei na magia daquele plácido respirar
daquele choro contido
que escorria entre os dedos
entre o lábio e o peito nu
entre o sentimento de um olhar
na porta morta.

idilio

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