terça-feira, 9 de outubro de 2018

BRASIL

Brasil
um filho teu não foge
e luta pelos filhos seus
a família
a moralidade
a normalidade
Brasil
verde e amarelo
um filho teu
vai arrancar do teu peito
o vermelho que escorre
da tua bandeira
vai replantar a ordem
em meio ao teu povo
e fixar a cruz do cristianismo
no palácio da alvorada
arrancada pelos pagãos
sem pátria

Brasil
a mistura de tintas do teu povo
é o teu galardão
a mistura de línguas
da tua fala
será a gramática nua
e desnudará
os que te desejam
destruir
viva a minha Pátria amada
Brasil
Idílio Araújo

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

A TUA VINHA

Leva-me e seguirei após ti
e em ti
com razão
resplandece sobre mim
o teu estandarte
e os lírios do teu amor

vê! já passou o inverno em mim
o tempo de cantar chegou
em nossa terra
e antes que caiam as sombras
faze a minha cama
e levantar-me-ei suave
e não temerei os tremores noturnos

Quem és
que despertas como selo
sobre o meu abraço
e os miasmas da minha solidão
são quiasmos que se completam
no final do dia

olho perdido o teu luto
e já não faz sentido
contemplar  a tua vinha
se ausentes estais

hoje és quimera
ou luz em outro abraço
despertas em mim
ou permita-me seguir
que navegarei em águas rasas
e não olhes para o fato
da minha dependência
do teu laço

Idílio

domingo, 8 de julho de 2018

O contador de histórias




Acorda amor meu
por que navegas em terras estranhas
e ainda impões pretextos conestativos
para a tua partida

Volta! ainda que por um átimo
aporta em nossa casa
e deixa a melodia do caminhão
despertar o dia

dilacera a penumbra que nos separa
e volta pra casa
um instante
e meu coração fixará a certeza
da tua eternidade

mas
te ver assim
como uma gramática nua
ou um verbo sem direção
entristece o meu tormento
de seguir inventando sofismas

acorda amor meu
por que partistes no sonho?
e ainda disfarças
com teu sorriso calcificado na face

Idílio

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Ao menos Diz

O tempo e os dias
contam as noites
que partistes
tu
disseste-me uma vez
que serias a última quimera

serias o naufrágio
da nossa primavera
e seria lindo
tocar o amor
em um tempo perdido

ao menos diz agora
se tu retornaras da última viagem
ainda uma vez

o tempo e os dias
cantam nas noites
em que me diz
que tu
partistes e ainda assim
não se quis

ao menos diz


quinta-feira, 7 de junho de 2018

AS PORTAS QUE NÃO ABRI



Perguntai pelas veredas antigas
estradas da vida que percorri
encostas e planos que não senti
perguntai pelos medos
e ainda assim me encontraras
escondido em mim

perguntai pelos tempos
e ainda assim não me encontrei por lá
pois de tudo que vivi
apenas reflexos no hoje
vislumbro no horizonte
de mim

perguntai pelas minhas crenças
que se perderam além do que fui
e ainda assim
ainda hoje caminho entrementes perdido
no que fui e sou

perguntai pelos amigos que visitei
e por entre espaços que loucamente permiti adentrar
mas não poderia dissimular
nada de novo

ainda assim estou aqui
sentado diante de mim
e não posso dizer do que sei

Perguntai mesmo assim