terça-feira, 7 de junho de 2016

DESPERDÍCIO DE PASSADO


O problema que me aflige
é escrever algo como condição da felicidade
mas que não reduza a realidade
da esperança

É o desconforto de amar as contribuições
e viver em desapego
No que respeita à promessa de amar eternamente
vivendo em descaso e enumerar várias paixões
e breves problemas que refundam a ansiedade
já seria suficiente para nos causar desconforto
quando nos deparamos com o passado
e com a lembrança desse passado a influenciar
a necessidade do antagonismo
de viver o realismo desesperado de uma espera

Como fazer falar o silêncio
se o silêncio é passado que não pôde ser desenvolvido?
como necessidade impronunciável da ausência
como amor ferido e não resolvido
pelo desespero ou como tragédia pessoal conhecida

A atitude , o hábito de proclamar princípios
o desapego da dor passa a ser realidade empírica
plural, porém conformista
que se detém  na fronteira da expectativa de voltar

como se o  olhar fixo no ontem eliminasse  aqui
além do consenso e do impulso de lutar contra ele
e viver por excesso de passado
morrendo na lágrima que não derrama
materializando a depressão do desperdício de passado.