poesias, prosas, desabafos, comentários jurídicos e outros pontos e contos. Contato: idiliooliveira@hotmail.com ; idiliooliveira ( Skype ) ; idílio araujo ( facebook )
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
LEMBRANÇAS DAS PERDAS
O que Seria do meu coração sem a caixa
que guarda as lembranças das perdas ?
Teria espaço para a dor que em mágoa dilacera a alma
onde ficaria guardada para sempre?
O que seria da minha espera sem a caixa
que guarda a trepidez da minha fé?
teria espaço para a angústia que em mágoa enfada a alma
ou restaria esquecida para sempre?
Seria coração que pulsa sem esperanças
seria espera vazia sem a lembrança das perdas
O que veria a minha alma sem a caixa
que amarga as lembranças das perdas
Veria como lusa fusca que explode e ofusca
a esperança depositada
na caixa das lembranças das perdas.
Idílio
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
a rosa pequenina
Eu que vivia
em mel e sina
voltei menina
quando tu me destes a rosa pequenina
guardei na boca
o beijo e a língua
naquele dia
quando tu me destes a rosa pequenina
molhei a flor
esqueci a menina
naquela boca
e a rosa pequenina
e eu que vivia
em mel e sina
engoli a flor
suguei a menina
pela boca
do mel
da rosa pequenina
domingo, 30 de agosto de 2015
Teu sabor em mim
Toco o clima além do vestido
desnudo a lua
que grita meu nome
em gemidos
expurga o cheiro da terra
e derrama-se por entre
os dedos do ar
inundo teu céu
em fragmentos
deposito no teu colo
a semente do lar
e volto como espasmos
de mãos vazias
prendo o lábio em mim
e oculto o teu querer
entre as penas da libertação
e encosto em vão
teu sabor em mim
idilio
desnudo a lua
que grita meu nome
em gemidos
expurga o cheiro da terra
e derrama-se por entre
os dedos do ar
inundo teu céu
em fragmentos
deposito no teu colo
a semente do lar
e volto como espasmos
de mãos vazias
prendo o lábio em mim
e oculto o teu querer
entre as penas da libertação
e encosto em vão
teu sabor em mim
idilio
domingo, 23 de agosto de 2015
Entretantos
plantei sementes
em corpos e vales
inundei ruas e mares
e ainda posso te encontrar
andei em prantos
em outras línguas e cantos
e no entanto
ainda posso te encontrar
estava aqui pensando
se entre tantos entretantos
ainda posso te encontrar
se ainda vamos namorar as bocas
que deixamos
arranhar os cantos do nosso descanso
plantar os filhos que deixamos
nas fileiras do desencanto
meu amor
estava aqui
pensando
se ainda posso te encontrar
nas filas das praças vazias
em tantas esperas vadias
na flor que molha o engano
entre as pernas do encanto
e entre tantos entretantos
ainda espero te encontrar
meu amor
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
TEMPORAL
É só mais um temporal
é só a chuva lavando o mal
antes que seja tarde
é só a pungente tristeza da lembrança
Natali
é o receio aflitivo da perda
entremeados da felicidade mínima
é só uma contorção transitória
na face do tempo
é mera tolice
a luz que se finda
é só uma lágrima pagã
ou saudade do teu rosto
no ecrã da tela
é só uma peculiaridade
da mente acerca do espanto
do protesto esquecido
é só o amor
aprovado e desobedecido
é só o guardião da moralidade
afinal
parece devastador
mas
é só mais um temporal
idilio
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Orurubá
Moacir
terras entre serras
cantei as matas passadas
amei o viço agreste
serpentes de lá
sentei calçadas
na imensidão do lugar
desenhei o por do sol
sentado ao luar
fui rei do meu lugar
cantei prosas e cotovias
amei o cheiro e o lugar
arranhei esperanças
fui assim
Moacir do Ororubá
Hoje não resta
nem calçadas nem praças
hoje nem sei onde é o lugar
apenas gritei pelo nome
que me via por lá
Moacir vem pra cá
fecha os olhos
o cheiro do mato
a terra molhada a derramar
nostalgias pelo ar
A minha Pesqueira
e eu pala praça
Moacir vem pra cá
sai dessa esperança
a vista alcança
alí não é mais teu lugar
terras entre serras
cantei as matas passadas
amei o viço agreste
serpentes de lá
sentei calçadas
na imensidão do lugar
desenhei o por do sol
sentado ao luar
fui rei do meu lugar
cantei prosas e cotovias
amei o cheiro e o lugar
arranhei esperanças
fui assim
Moacir do Ororubá
Hoje não resta
nem calçadas nem praças
hoje nem sei onde é o lugar
apenas gritei pelo nome
que me via por lá
Moacir vem pra cá
fecha os olhos
o cheiro do mato
a terra molhada a derramar
nostalgias pelo ar
A minha Pesqueira
e eu pala praça
Moacir vem pra cá
sai dessa esperança
a vista alcança
alí não é mais teu lugar
sexta-feira, 26 de junho de 2015
Negra
Tua pele negra
que engole o dia que há em mim
negras fontes que umedecem
as matas por onde andei
Tua pele negra
que espanta o que ofusca
quando buscas
outras bocas
que encantam o laço
no ocaso
entre o morrer e o renascer
do desejo
tua pele negra
teus fantasmas
e a réstia do que fragmentou
a tua estrada
tua pele negra
e a sombra do secreto
que o dia deixou
sem sentir
prefiro tua negra luz
teu encanto
teu silêncio
e o teu enlaço
e em ti
peco-me
descalço
idilio
que engole o dia que há em mim
negras fontes que umedecem
as matas por onde andei
Tua pele negra
que espanta o que ofusca
quando buscas
outras bocas
que encantam o laço
no ocaso
entre o morrer e o renascer
do desejo
tua pele negra
teus fantasmas
e a réstia do que fragmentou
a tua estrada
tua pele negra
e a sombra do secreto
que o dia deixou
sem sentir
prefiro tua negra luz
teu encanto
teu silêncio
e o teu enlaço
e em ti
peco-me
descalço
idilio
Deus está
Deus está aqui
e aqui é um lugar
dentro assim
em mim
em ti
em nós
Deus está aqui
por mim
por ti
no espelho
que é o outro
que reflete
que ele somos nós
Deus está aqui
no amor
na dor que purifica
o andor
E em tudo que há
em ti
em mim
em nós
Deus está aqui
quando a música acabar
quando o trem passar
Ele nunca partiu
nem chegou
Ele está
aqui
idilio
e aqui é um lugar
dentro assim
em mim
em ti
em nós
Deus está aqui
por mim
por ti
no espelho
que é o outro
que reflete
que ele somos nós
Deus está aqui
no amor
na dor que purifica
o andor
E em tudo que há
em ti
em mim
em nós
Deus está aqui
quando a música acabar
quando o trem passar
Ele nunca partiu
nem chegou
Ele está
aqui
idilio
quinta-feira, 14 de maio de 2015
ISA
Resta a tua presença
teu espaço em novos afagos
que te dei
resta a tua volta
em notas dos espelhos que nos viram
e a dúplice vontade de te ter
entre os braços
resta reinventar tua história
em novas esperas
do nosso longo afago
resta te amar longamente
feito fragmentos
e pedaços de mim
resta a tua presença
teus beijos
e meu grito por ti
Isadora
50 anos
Aportei aos 50
com o corpo molhado de histórias
de marcas
de sonhos rasgados
mas não desfeitos
de saudades das águas mornas
que escorriam em mim
das línguas exiladas
e das desocultadoras mentiras
negadas
cheio de desesperanças na espera pura
da cura das frias tumbas das casas da justiça
consequência e razão do imobilismo
e da descrença
aportei aqui
movido pela esperança
com incontida necessidade
de vomitar restos e vilipendiar
os testemunhos da desfaçatez
e da vergonha
cheio de reencontros e concretude
de histórias vãs
amei cada segundo da minha sensatez
sem se quer poder negar o privilégio de amar
sucumbi na pura espera vã
da alma secreta e devaneios da opressão
posterizei meu enlace e eternizei a desocultação
do meu idílio em tantos outros
idílios que inventei
quinta-feira, 16 de abril de 2015
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
A ausência que seremos
Qual a ausência que seremos?
ou queremos não ser ausência
mas seremos
todavia o que importa
é saber se seremos a ausência
que queremos
mas já somos e seremos
ausência
qual a ausência que seremos?
para quem queremos ser
e quem derramará alegrias na ausência
que seremos
ou não haverá quem de presente sinta
a ausência que seremos
ou quem sinta
a presença da nossa ausência
eu quero derramar presença na ausência
esparramar meu sorriso nas lágrimas da ausência
pois não desejo ser lembrança e sim
andanças presente na ausência que serei
idilio
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
Gramática nua
Como poderia reinventar a linguagem do amor
em nome dos obsoletos estágios de quietude da minha'lma
se de fato vivo em tormenta e em perplexidade emancipatória da saudade
Seu nome?
repetições do desejo dos extremos que desaparecem como metáforas
de 23 dias de um dezembro qualquer
amei e amo a relação que se inverteu e que por teórica preencheu vazios
na cultura do meu tempo segundo
inventei um nome e uma fábula do teu cheiro
que escorria entre os dedos da gramática nua
e tu, mera luz que se insinuou na fragmentação da minha indiferença
e do meu desespero
fomentou como imposição a melancolia e declarou o fim da estrada
quando por igualdade humana
desapareceu como excentricidade
na cidade extrema da minha aventura e agonia
idilio
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