quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Batismo de angústia

É necessário reinventar uma nova história
reaprender a andar por  veredas antigas
cônscio do batismo de angústia
e do plágio esquecimento

dor
metáfora fundadora  da oração
flecha do tempo em espiral
polarização que emancipa o orgulho

o meu apelo é medo
que se esvai na segura possibilidade
de uma eternidade
divorciado do criador

daí a necessidade de reinventar
novos horizontes
mas seguir seguro por terras dantes pisadas
quiçá
derramar desespero pela estrada
mas seguir
como um eterno aprendiz no tempo

imune a obsessão de desconstruir
e fundar um sincretismo acrítico
servir
pois é na servidão
que se celebra a fragmentação
das diferenças

idilio

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A dor em dó

A terra chora a fome e o desamor
e ainda tento plantar a flor

as crianças choram
do outro lado da rua
e aqui
almoço olhando o mar

minha poesia é minha calma
e meu lamento

mas a confusão
dentro de mim
é escárnio

não posso viver o mar
quando a dor canta em dó
a tragédia de viver aqui

creio que a dor
é apenas uma volta

quando tudo está perdido
a lágrima da fome
busca um novo presente

a minha lágrima é esquecimento
e a dor que trago
por saber-me inercial
nesta história
lamento



idilio

O amor é lírio

O amor é lírio
é forte
é frágil

O amor derrama
e enrama
é líquido
e engana
quando flui
espanta

meu amor é simples
descanso
e espanto
quando sem sentir
explode em pranto

meu e teu
é sozinho
esquecimento
mas
por vezes
unguento

meu amor é pleito
mas hoje
segredo
saudade das mãos
e do colo
do descanso

o meu amor é lírio
é frágil
decerto
e outras
deserto
oásis de mim
e meu fim

idilio