poesias, prosas, desabafos, comentários jurídicos e outros pontos e contos. Contato: idiliooliveira@hotmail.com ; idiliooliveira ( Skype ) ; idílio araujo ( facebook )
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Verde
Verdes
livres da esperança da volta
longe
que entorta o azul
que te dou
leve
quando escondes
o desejo de me ver chegar
verdes
atrás da íris negra
da aliança que pactuas
mesmo que nua
não é minha
nem tua
a gruta que esconde a fala
do desejo que me enlaça
úmida
a porta da minha volta
e do meu prazer em te-la
verde
tua boca
é verde da cor do meu pecado
quando disfarço
meu desejo de respirar
teu hálito
e beijo de soslaio
teu nome
verde
Serei tua
Serei tua
por toda uma eterna manhã
apenas desço da solidão do ontem
e vivo as línguas da juventude
emaranhadas na visão
sublimada da menina na praça
serei tua
por toda a manhã de nós
das bocas que calam
e eternizam o não como um sim
serei a primeira
mas aquela manhã
foi a vida inteira
serei tua
por toda a eterna manhã
das desculpas
e dos meus nãos
quando era namorada
mais que amada
serei tua
apenas na manhã
de nós
não mais das tardes que somos
nem das noites
que nos esperam
por toda uma eterna manhã
apenas desço da solidão do ontem
e vivo as línguas da juventude
emaranhadas na visão
sublimada da menina na praça
serei tua
por toda a manhã de nós
das bocas que calam
e eternizam o não como um sim
serei a primeira
mas aquela manhã
foi a vida inteira
serei tua
por toda a eterna manhã
das desculpas
e dos meus nãos
quando era namorada
mais que amada
serei tua
apenas na manhã
de nós
não mais das tardes que somos
nem das noites
que nos esperam
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Tu és
Tu és
minha fala e estrada
e o que espero
todo dia
no limite do meu espaço
quando rasgo
a solidão
pelo teu braço
meu regresso
e meu descanso
o meu fado
quando sozinho
escuto e silencio
e grito mudo
por teu abraço
o meu resto
quando tudo é desperdício
e efêmero
eterno e meu
Universo
quando pequenino
te espero
todo dia
cura da melancolia
e meu verso
quando triste
desperto
e fico bem perto
do anverso
do resto
minha fala e estrada
e o que espero
todo dia
no limite do meu espaço
quando rasgo
a solidão
pelo teu braço
meu regresso
e meu descanso
o meu fado
quando sozinho
escuto e silencio
e grito mudo
por teu abraço
o meu resto
quando tudo é desperdício
e efêmero
eterno e meu
Universo
quando pequenino
te espero
todo dia
cura da melancolia
e meu verso
quando triste
desperto
e fico bem perto
do anverso
do resto
domingo, 10 de novembro de 2013
Jejuar
Jejuar é sofrer consciente
mas uma dor efêmera
consequente da ação insana
e perdida
jejuar
é compreender a sede
no deserto da dor
é a materialização do arrependimento
é o auto perdão
jejuar é o ápice da oração
é a gratidão
é a memória do coração
que abdica da revolta
e do desespero
jejuar é a resposta
que prepara a alma
é o pleito que não implora
mas agradece e chora
é o amor
é a porta
mas uma dor efêmera
consequente da ação insana
e perdida
jejuar
é compreender a sede
no deserto da dor
é a materialização do arrependimento
é o auto perdão
jejuar é o ápice da oração
é a gratidão
é a memória do coração
que abdica da revolta
e do desespero
jejuar é a resposta
que prepara a alma
é o pleito que não implora
mas agradece e chora
é o amor
é a porta
Duas
Duas
e uma só boca
uma só estrada
duas
e um só medo
uma só volta
como beijos
que nunca te deixam
duas
o conforto
e o mergulho
a fome
e o desprezo da voz
a certeza
e o azul infinito
como ninhos
além das fronteiras
de algum lugar
duas
e a porta que esconde o dia
e enclausura a fala do cantor
que morre de asfixia
das emoções e da dor
duas
apenas uma escolha
e uma saída
e nada na língua
além da fala
que emudece a alma
e uma só boca
uma só estrada
duas
e um só medo
uma só volta
como beijos
que nunca te deixam
duas
o conforto
e o mergulho
a fome
e o desprezo da voz
a certeza
e o azul infinito
como ninhos
além das fronteiras
de algum lugar
duas
e a porta que esconde o dia
e enclausura a fala do cantor
que morre de asfixia
das emoções e da dor
duas
apenas uma escolha
e uma saída
e nada na língua
além da fala
que emudece a alma
O beijo
O beijo que você me deu
me deu
não foi um beijo
meu
foi teu
e teu
e eu
gostava tanto
de te ter
o beijo
meu bem
enroscou
no passado
o beijo
que você
perdeu
foi meu
e meu
o beijo
que você
esqueceu
na boca
da serra do mar
no ororubá
foi um beijo
que me perdeu
o teu
e o meu
na catedral
e Águeda
abençoou
o beijo
que você me deu
sábado, 2 de novembro de 2013
Querubim
Chorei!
pois perdi
a voz
a lágrima
a última fala
a fala de quem
já não tem voz
chorei!
e mudo
imitei a língua
implorei
volta!
Chorei!
e a vida escorreu
por brechas
que desenhei
Chorei!
e mudo
estornei a ala da fala
pois gritei
tão intensamente
que deixei a vida na sala
inerte e cálida
Chorei!
e deixei a voz escorrer
no conformismo da espera
e não mais amei
nem assisti o sol nascer
apenas saí por aí
sem caminhar
Chorei!
e na ilusão
não pude voltar
pra mim
e pintei
um nome
um fim
Chorei!
apenas chorei
querubim
pois perdi
a voz
a lágrima
a última fala
a fala de quem
já não tem voz
chorei!
e mudo
imitei a língua
implorei
volta!
Chorei!
e a vida escorreu
por brechas
que desenhei
Chorei!
e mudo
estornei a ala da fala
pois gritei
tão intensamente
que deixei a vida na sala
inerte e cálida
Chorei!
e deixei a voz escorrer
no conformismo da espera
e não mais amei
nem assisti o sol nascer
apenas saí por aí
sem caminhar
Chorei!
e na ilusão
não pude voltar
pra mim
e pintei
um nome
um fim
Chorei!
apenas chorei
querubim
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