quinta-feira, 29 de setembro de 2011

a distancia efêmera

queria te dar um beijo
sem você saber quem sou
depois
partir sem provar do teu amor

queria te encontrar
mas não ter você
e levar a tua imagem
para te sonhar

queria não saber nada de você
para não ter que sofrer
a dor do amor que passa

queria te encontrar nas esquinas
não saber o teu nome
depois te esquecer

queria nem ouvir a tua voz
para não guardar teu segredo
nem me embriagar na melodia
que tua boca canta

queria só o teu olhar no meu olhar
para que a distancia que nos separa
seja uma eterna noite
e esconda o segredo do dia

queria
como eu queria
mas não posso

pois que teu beijo mesmo que não sentido
é desejado pela minha alma em transe
e provar do teu amor é meu silencio da espera
vez que tua alma pulala dentro de mim noite e dia
teu nome já mora em mim
e te esquecer nessa distancia efêmera
depois de ouvir a tua voz
é perder-se nos umbrais da vida

queria
e como quero


Idilio

revisitação a oração

Pai

obrigado por crer em ti

por estar aqui

pelo mapa divino

que traça o destino

pela dor que me abraça

pela pedra no caminho



Pai

a noite escura

esconde a beleza da renovação

das almas vazias

quando brilha a lua

com os olhos do dia



quando arde as estrelas

em poemas sagrados

ao adentrar tua igreja

seara bendita

ao curar as chagas

dos teus filhos amados



sim Pai

obrigado pela luz

do irmão que ilumina este palco

que respladença sua aura

nos campos sagrados





Idílio/Tamia

codinome

Diria
que amor é a essência de tudo
mas dirias
que amor e ódio são opostos
porém lho digo
que o amor adoece
e quando enfermo
eis o seu codinome
ingratidão


idilio

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O grito dos pobres

Cativa estaria minha’lma

E seria vã cada lágrima vertida

Pelas alegrias que embalei

Quando desavisado

Olhei pelo espectro doente

De minhas enfermidades e vícios



A harmonia que hoje visualizo

É meu fundamento gritante

E prosto meu semblante mudo

Diante de Ti

Mesmo quando calcifico a minha dor

Temo pela ventura de ser

E te amar



Ainda assim clamo a ti

Redentor divino

Dá-me as tuas mãos neste vale de lágrimas

Eis que sou fraco e pequenino

Para tragar no cálice da dor

Que redime o meu ser errante



Sei Tu me olhastes nos olhos

E como gritante enfermo

Em hora derradeira

Redimo a minha’lma

Diante de ti



Cativo estaria meu corpo

E seria oblíquo meu anverso

Quando redimido

O meu nome

Duvidasse de Ti



Meu grito ecoa por sobre montes e vales

E nada espero além

Nada desejo

Se não

O prazer de sentir-me

dependente por TI



Idilio

Redentor

Oh! Deus


Meu coração nostálgico lamenta a ti

Redentor divino

Caminhei entrementes e perdido

Tudo me destes

E me tirastes tão pouco

Hoje sento diante de TI

e vejo o mar que deixei morrer

em minhas mãos

mas clamo a ti

Senhor não me deixes aqui

À porta de Aqueronte

No limbo da desilusão

Não permitas que sedimente

A minha casa nos umbrais

Da escuridão

Devolve-me oh! Grande arquiteto

A chave de mim


Idílio

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

o desperdício

O desperdício


O quer dirias a respeito da falência da miragem do amor carnal?

A degradação das relações que o amor sustenta ou talvez a oposição entre o império da convivência e a modernização drástica da solidão.

Dirias, que os homens deixaram de ter nomes e uma história, dirias até que para muitos deixaram de ser perplexos e sentem grandes dificuldades em identificar o simples.

O correto das relações entre amores desfeitos é o poder da indefinição ou indeterminação do passado, não é fácil permitir o que somos e esquece-se tão rápido das fraquezas que vivemos e ignoramos o que conhecemos e a trajetória de um ponto que fomos.

O que dirias tu, que o conhecimento emancipa ou que o amor acabou?

Na atual fase dessa transição o silêncio seria a construção que se afirmaria como sintoma do fim, porém como fazê-lo falar sem que ele apenas fale necessariamente o que pretende falar.

Seria tragédia pessoal não fosse cômico a atitude de gritar pra espantar o fim, minimizar a neutralidade da intimidade e concomitantemente, a ação rebelde parece tão fácil que se transforma num modo conformista alternativo, ficar ou partir.

No final, a capacidade, antes um consenso de beleza e de admiração, passou a conviver com o assento da resignação e do asco , portanto a desmistificação e o inconformismo.

Como fazer para recuperar a esperança no amor e o realismo desesperado de uma espera. Há um desassossego no ar, a sensação de estar no ocaso do tempo, entre um presente que ainda não nasceu e um futuro quase a terminar.

Dirias ..não mais me fascina o teu olhar nem teus sonhos que dormem sozinhos dentro de ti, não mais me embriaga respirar teus anseios, estou emancipada de ti e o amor se transformou mas não acabou.

Dirias, apenas dirias pois tua voz calou pra mim


Idilio.

meta amor

que amor é esse
que entorpece e dasaba o real
que tomba a porta da sanidade
que molha a íris
e derrama saudades
por entre os dedos

que amor é esse
que é visível ao coração
e cega a razão
que de comédia para os que pensam
envolve tragédia aos que sentem
e tange as cordas da sensibilidade
sintonizando passado e futuro
e se perde por entre
sonhos e medos

que amor é esse
que nos fere com petardos magnéticos
mas é balsamo que acalma
a alma insana
que mesmo escravidão
liberta
que mesmo partícula mínima
suaviza
e envolve toda a vida
em um átimo
e se eterniza

Idílio

sábado, 10 de setembro de 2011

por toda a minha vida

Como vai você?
apenas gostaria de sentir
como vai você

não que queira compreender
a sua vida
mas poderia entender
a minha vida

e me descobrir
em você

como sentes
que vestes
e despes sem mim

que boca encantas
e quando choras
quem chamas

que lágrima reluz
e traduz
quem fomos

que lembranças levas
na vida
em que tardes
lembras de mim.

como vai você?
apenas gostaria
de sentir
a tua vida
Idílio

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

eu te amo

eu te amo


simplesmente amo

e o meu amor não é dependente de ti

o meu amor é livre



eu te amo

e não necessito que me ames

amo apenas como uma chegada

amo sem medos

nem voltas



simplesmente amo

não como uma necessidade

mas como um prazer



amo me imaginar te amando

amo sem deliciar teu rosto

amo sem ver teu medo



eu te amo assim

e não dependo do teu amor para ser feliz

mas como sou feliz te amando



eu te amo

e o meu amor é livre de tuas queixas

e uma ou duas vezes

me descubro pensando em ti





eu te amo

simplesmente amo

Anjo

às vezes sento em frente à lagoa
desperto sonhando com teu vestido
nem preciso dizer-te que sento em teu colo
e sinto teu cheiro a invadir minha'lma

a minha flor flutua em tantas estações
mas o cheiro primeiro derramou em minhas vestes
que penetrar lago adentro
restou esquecido
nas vezes que brincamos de amantes feridos

diria que és anjo
pois flutuas tão densa
que o princípio de tudo
foi imaterial

e tantas vezes me pego
olhando pela janela
que escreveu nossa história

que dirias
sem dúvidas

sou teu anjo
não me queiras
nos lençóis brancos
em que dormes

se me queres
pra ser tua
terás que voltar à rua
e pular meu quintal

mas te advirto
amor meu
se me queres pra ser tua
terás
que me ter nua
sem passado

e quem sabe
não viverás de rastros
que escrevestes na janela
que ora esperas
apenas ver
por ela
o meu sorriso
te chamar

não
não me queiras
assim
pois sou anjo
teu anjo azul


Idílio

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Malebouche

sou

um anjo azul no infinito

no universo sem sentido

a eterna solidão

ignora o meu ser



tenho alguns quilos incertos

e uma vida dedicada a vencer

um amanhã promissor

e uma dor constante fora de mim



um anjo caído passou

e depositou em meu corpo

solenemente em reptos veemente

dos excessos e da destruição



e ainda assim

nunca se desdenhou

em toda a minha vida

aos meus olhos entregues

a anarquia da ambição

na fraqueza

na vulgaridade

e na inconsciência

viajar a malebolge

sem guia



Idilio em 1996

Zara

Estou esperando
sentado na mesma estação
a tarde não vem
a morte não vem
e de repente
outro tempo
outro relógio
outro amor
e a mesma história
a mesma droga de tempo
a mesma dor no tempo
a mesma louca que derrama
a fumaça da lua
a mesma rixa
eu e ela
a flor da primavera
o novo aeon
o mesmo tom
e outro som
outra menina
outra droga de rima
a mesma namorada
o mesmo sofá
e o outro lado da lua
a mesma mulher nua
e o meu violão mudo
a minha voz suada
o meu rosto morto
a minha alma vazia
no infinito do mundo
que não cria
e não vinha jamais

azul

Já posso entender
que é meu esse céu
mesmo sem tocar em sua face
celestial
mesmo sem entender
porquem vivi
ou
quem vai além
do limite
do azul

e sei
que você não vem
aqui
e nem vai chorar
por mim

já vivi tantas histórias
e ainda assim amei
esse azul
mesmo sem entender
o porque que tanto amei
e te fiz meu céu

o que me importa
se posso visualizar
no infnito
o que fui e vivi

Idílio