quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Sílfides Zii

Capítulo 1. Zii




No reino dos elementais encontrei Zii, uma sílfides de estatura pequena e dotada de intensa percepção psíquica.

Zii tinha uma forma indefinida constituída de uma substância etérea absorvida dos elementos da atmosfera terrestre, com olhos bem definidos de uma melacolia apaixonante.

Conheci Zii em um momento de grande tristeza que se alojava em minh’alma, como um vírus que chega mansamente e se não combatido, entorpece o corpo a patologia fica evidente.

Chorava, e me encontrava sozinho em uma montanha perto do mar, lá o vento trocava carícias silencioso em minha face levando minhas lágrimas para longe do meu corpo como um prenúncio de alegria ou de desprezo pela tristeza.

Quase que encantado com aquele falar murmurante do vento, ouvi quase que imperceptível sorriso, como uma criança que brinca e gostosamente ama aquele instante de alegria.

Ela brincava e rodopiava por entre meu corpo e corria por entre meus dedos e braços como a me enlaçar em um abraço. Repentinamente ela parou à minha frente e flutuando fugiu como um raio em direção aos céus.

Levantei já esquecido da minha dor e curioso procurei a luz que dançava para mim.

Ela voltou rapidamente por traz de mim e girou por entre meu corpo em direção ao infinito e senti seu beijo em minha face.

Ouvi um sorriso e o seu nome ..Zii...

Plural

Quem sai de mim
da minha vida assim

quem veio e se instalou
aqui
aqui
bem dentro sem mim

quem deixou um cheiro
que não vivi
por ti

tenho medo das noites
que me levam
ao teu andar

e volto a sentir
que  cheiro
outra vez

quem pode ser plural
em minha vida
e mesmo em  metáforas
vive sempre
aqui

Idílio

sábado, 27 de agosto de 2011

sombras de um desejo

o meu sentir
sozinho
é bem melhor do que gostar
assim
assim sem amar
vazio
e é tão bom sentir
saudade

eu queria te falar
mas sinto
sinto falta de amar
assim
assim poder beijar
baixinho
e é tão bom sentir
teu passo

mas sei
e me sinto assim
assim tão sem mim
que minha dor
é não sentir
saudade

eu idilio

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A flor e a Pele

Os lábios soltos à espera do toque
e o desejo da troca de cores

O roçar dos pêlos
pelo simples
pela gruta úmida
do cheiro

Os dedos que caminham
pelo mundo que você faz

a tua flor
na minha pele

o teu suave toque
e a minha viagem

teus lábios
e a minha carícia

e a lágrima que escorre
suave pela face
e se perde
e hoje
até parece
nunca ter existido

por ter
desistido
de mim


Idílio

terça-feira, 16 de agosto de 2011

uma lágrima



Cativa estaria minha’lma

E seria vã cada lágrima vertida

Pelas alegrias que embalei

Quando desavisado

Olhei pelo espectro doente

De minhas enfermidades e vícios



A harmonia que hoje visualizo

É meu fundamento gritante

E prosto meu semblante mudo

Diante de Ti

Mesmo quando calcifico a minha dor

Temo pela ventura de ser

E te amar



Ainda assim clamo a ti

Redentor divino

Dá-me as tuas mãos neste vale de lágrimas

Eis que sou fraco e pequenino

Para tragar no cálice da dor

Que redime o meu ser errante



Sei Tu me olhastes nos olhos

E como gritante enfermo

Em hora derradeira

Redimo a minha’lma

Diante de ti



Cativo estaria meu corpo

E seria oblíquo meu anverso

Quando redimido

O meu nome

Duvidasse de Ti



Meu grito ecoa por sobre montes e vales

E nada espero além

Nada desejo

Se não

O prazer de sentir-me

dependente por TI



Idilio

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

você

sinto falta do teu colo
quando ainda perdido
escutava teu silêncio
e deixava a minha face
derreter em teu vestido

sinto falta do teu grito
e da tua lingua
quando ainda vestias
meus sonhos

sinto tanto perder-te
em meus encantos
e ainda ter que deitar na casa vazia

sinto tanto acordar em outro jardim
beijar flores que não vesti
e amar histórias que não contei

ainda assim
sinto tanto
mas tanto
que por encanto
me perdi

sinto
e respiro
o teu perfume
aqui

mas tanto amor
que nem percebo
que por medo
vesti a túnica que nunca vi

Idilio

a noite do dia anterior

Você não quer quebrar a barreira que nos limita


pois que assim te apraz

permanecer sem mudanças reais

que felicidade é essa que desfrutas sozinha

em um pseudo paraíso

que deus é esse que segues

e não consegues um renascer

e que mesmo em um novo dia

permaneces na noite do dia anterior

que mudança é essa que buscas nos outros

e não consegues levantar da tua noite

e justificas a tua desdita em um espaço que denominas tempo

que Deus ilumine a tua procura

mas se continuares na noite do dia anterior

apenas ouso dizer-te

boa noite amor
 
 
Idilio

O cinismo essencial

cínico é a cor da tua face


quando teus olhos denunciam tua culpa

e ainda assim encantas teu interlocutor

e sorris como a macular a alegria e desdizer a bondade



cínico é a mulher que chora e na íris esconde

a escuridão da sua alma

e deixa a lágrima escorrer por entre dedos

mas continua de alma suja



cínico é o termo de Judas

é o beijo que deposita o perjúrio

é a sala vazia e a porta aberta

em contexto com a esperança

é o adeus sem senti-lo



cinico essencialmente cínico

pra não morrer de véspera
 
 
Zara Feus

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

a luz dos olhos teus

tantos anos já passados e vividos por nós dois
nos perdemos nas esquinas de ruas frias
e em nossas voltas não nos encontramos mais
entregamos nossas almas a outras almas perdidas
e em nossos corpos depositamos amores virulentos
caminhamos entrementes perdidos
e de casa em casa
de janeiro a janeiro
mascaramos nossa face e entorpecemos a voz
nossos sonhos se perderam em pesadelos estreitos
e já não nos conhecemos mais
a vida passa a ser essa imensa janela que me separa de ti
mas ainda assim
teus olhos de alma verde
continuam os mesmos
quem dera a alma continuasse verde
da cor dos olhos
 
Idílio

terça-feira, 2 de agosto de 2011

tempos perdidos

estúpida janela de tempos perdidos
estúpida janela por onde passei
e sei
que os momentos de prazer
que em ti vivi
arracaram do peito
o melhor de mim
e me perdi
em tua escuridão de dor
oh!oh!
estúpida
quando fechei os olhos
e não encontrei mais
a tua falsa luz que à dor conduz
quando enterrei as correntes
que me amarravam a ti
quebrei essa visão
de lombra e de torpor
plantei nos olhos meus
a imagem do amor
e encontrei a luz
que espanta a escuridão

e o nome é   ...

oh!oh!

Idílio