poesias, prosas, desabafos, comentários jurídicos e outros pontos e contos. Contato: idiliooliveira@hotmail.com ; idiliooliveira ( Skype ) ; idílio araujo ( facebook )
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
amando sobre letras
te ensinando os nomes
que inventei
e te dei
fugindo das cores
que misturamos
quando juntos
fingimos
que nossos olhos viram
deitando em camas
que não plantamos
sobre os restos de nós
e misturamos
amor e prazer
magoando nosss voltas
pelas portas
que abrimos
nos inventamos
seguindo por terras
que ousamos pisar
mas
amamos
cada boca
cada planta
cada espaço
que moldamos
cada sonho
que planejamos
e vivemos
amando
idilio
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
solilóquio
e olhar outra vez teus olhos
de soslaio
depois da volta
que a porta fechada retirou
da máscara
o tenebroso abismo
que conspurcava do mundo físico
quem dera
além das fronteiras
de sombra
a nesga de neblina apagada
encontre o repentino
clarão da aurora
voltei
transido de assombro
deixei as lágrimas levarem os escaminhos
da minha alma redivida
olhei teus olhos
dentro do meu coração
obrigado pai
por mais um dia
oh! milagrosa lixivia
que purifica nossas chagas
de vaidade e ilusão
oh! solilóquio doloroso
quando a fé esmorece
e vira grão
a vida é linda sim
e olhar outra vez
nos teus olhos
é milagre
depois da volta
é prazeroso depois
muito mais do antes
de quando a porta fecha
atras de todos os olhos
idilio
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
esperas
não tenho que ir agora
espera
tem tanta vida
por ai
espera
é só um momento de espera
tão rápida que dura uma vida
mas
espera
não busque outro amor
espera
não queira outro nome
não escreva uma nova história
na vida
quimera
não
não queira viver
buscando metas
não resta nada sem nós
espera
talvez ainda volte
talvez nem vá
nesse novo tempo
que me espera
existem setas e curvas
nem sei se tem estradas
retas
mas
sei
se eu volto
me esperas
idilio
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Ecos do futuro
olho o ocaso e nesse emaranhado de cores
calo a minha alma e minha ãnsia por viver
e permanecer na noite que nasce
tenho medo dos ecos do amanhã
e nem sei
se ao fechar os olhos
quando a aurora distilar alegrias
estarei lá
a contemplar a manhã que renasce
fala oh! poderoso Senhor
e guarda o silêncio
quando arde aqui
um fogo devorador
tenho a esperança nas mãos
e as promessas das lembranças
tenho a vida
e ainda assim
tenho medo
dos ecos do amanhã
idílio
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Compositor da vida
desfrutei cada espaço
que desenhei
vivi intensamente
uma a uma
das vidas que passei
senti passo a passo
pelas ruas que andei
cada instante da minha
longa e breve estrada
senti na alma
o peso de ter conquistado
e a leveza de ter conseguido
e em cada não intensifiquei
e em cada queda
orei suavemente
outras
intensamente
mas nunca
inutilmente
segui por estradas que não sonhei
mas aprendi notavelmente
na câmara escura que escolhi
chorei
amei
e vivo permaneci
em cada pedaço que cai
e no quadro de um denodado fazer
escrevi textos de prazer
e na semântica metafórica
de tudo querer
semeei
colhi
desfrutei de escolhas
e foram tantas escolhas
que nem sei
se escolhi ou se segui
mas sei que vivi
e hoje
aqui
sentado diante de mim
espero o trem que não vem
mas digo
sinceramente
como é prazeroso
esperar sem saber se vem
pois nessa espera
posso compor
a vida que escolhi
idílio
domingo, 11 de dezembro de 2011
a boca e o beijo
a boca grita
o beijo rir
o beijo foge
a boca fecha
o beijo reclama
a boca canta
o beijo espanta
a boca pede
o beijo morde
a boca
o beijo
a boca esconde a língua
a lingua explora o beijo
o beijo canta
a boca reclama
o beijo vive na boca
a boca espera o beijo
a boca
o beijo
a boca é o beijo
o beijo morre na boca
e espanta o medo
a boca derrama o prazer
do beijo
no beijo
pelo beijo
que a boca canta
a boca
o beijo
o beijo inunda a boca
a boca contém o beijo
não existe beijo sem boca
e boca sem beijo
é morta
dexa se der porta
é pântano
o beijo
na boca
a boca no beijo
idilio
o peso do futuro
o grito do mar ecoa entre as paredes do meu quarto
o frio da alma espera
e meu mundo derrama por entre as frestas
do meu corpo
quisera
quisera voltar e correr llivre
nas serras do ororubá
sem planos
sem ter que voltar
sem o peso do futuro
sem muros
sem mar
andar andar
menina que sonha
menina que espera
sem ter que voltar
sem o peso do futuro
só
sozinha e solta
sem lar
sem esperas
sem ter um dia presente
mas todas as coisas
sem sofreguidão da alma
quisera
namorar no final da tarde
me apaixonar todo dia
ter a minha íris
na íris dos olhos
de Deus
idilio
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
dez anos
e em cada dia
eu vi seu rosto
e os meus anos passaram
dia a dia
entre o meu e o teu mundo
o tempo não dilacerou o impulso inicial
e um a um somou
o infinito da nossa causa
assim se passaram dez anos
e cada lágrima foi dividida
cada riso somado ao todo
da plenitude da magia do viver
em dois extremos
e fundamentos
de uma casa da paz
assim se passaram dez anos
e ainda assim
eu voltaria ao seu portão
em um recomeço
para trilhar cada espaço
que desenhei com você.
idilio
dimensão semântica da dor
e por ser sentido
reflete no outro
de maneira proporcional à afetividade
dói mais por refletir
e não por ser sentido
pois no momento que infere
no outro
por ser o outro querido
causa indubitavelmente
sofrimento
em quem a sente
a dor é um sentimento
reflexivo por causa
metafórico por ação
conectivo por essência
idilio
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
o "cuidador" de conchas ( Velho)
nao por patologia
mas por saber
que tudo é efêmero e simples
que a pressa
até no pensar
é pouco
quando se quer a calmaria
no olhar
vivo, sinceramente,
de recordações
mas como é prazeroso
viver além do presente
ainda que pareça enfadonho
mas é vida real
mesmo que olhando
pela janela do esquecimento
amei cada história
que protagonizei
não fui pouco nem muito
mas fui
e isso é suficiente
nada espero
nada quero
apenas sinto a criança
que fui
gritar bem dentro
meus medos e descobertas
quem nessa história lembraria
de meu sonho infantil
das minhas esperanças
e das vezes que fui
unicamente criança
e tão privativamente importante
andei
andei
se fui alegre ou triste
nem sei
só sei
que amei
cada espaço
que juntei
idilio
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Meu
te esperei toda noite
sempre tua
e te amei como amam as loucas
despi meu medo
e abri meu corpo
como virgem
descansei meu desejo
em ti
e você quase nunca volta
e quando derrama seu segredo
sempre bate a porta
e foge pelo meu corpo
e deixa marcas
no fim
que amor é esse
que entorpece a sanidade
que me esqueço
e me perco como fraqueza
sem ti
mas você
é quem ama em perigo
é meu abismo e vestido
e nem sei
pensar em pensar sem você
idilio
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
DEUS
sem nunca ter perdido ou pedido
busca, ainda que nada falte
e ama sem desassossego
quem de tão oculto é tão presente
e mesmo cavanda a ruína do soberbo
repousa em silencio
aperfeiçoando com zelo
a ira dos fracos
quem simutaneamente contém cada parte
e é o todo e contenta-se com nós
quem és se me deixas
simplesmente
repousar em vós
idilio
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
a dor que cala
não que queira esquecer a sensação
estranha de visualizar
um amanhã sem nós
os dias estão aí
nenhum fogo aquece
mas o frio é amável
e assim descobre-se
que não se é imortal
a garganta seca
e a dor cala
de repente é só o vazio
e os dias?
quisera entender
que é suficiente viver
idilio
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
a casa vazia
o meu grito ecoa no escuro
a minha tragédia conhecimento
a minha crítica preocupação
imagine a porta aberta
e a casa vazia
imagine as paredes nuas
e num canto
a estante
cheia de livros gastos
imagina as traças e as aranhas
e uma poeira insurpotável
mas mesmo assim
tu saboreias a leitura de um livro raro
e te pergunto
o que consomes?
será teu reflexo
por entre narinas e sonhos
ou será a casa vazia
que consome o teu dia
o meu grito é santo
mas minha angustia proteção
idilio
funeral
olhando a Ti
Senhor meu Deus
esteja sempre
sempre perto de mim
porque partir
se a vida é
uma grande esperança
Senhor
Senhor
minha estrela da manhã
não
não
não me deixes chorar
porque
porque
porque
meu coração
esperou tanto tanto
e é sempre assim
a dor em mim
mas a alegria do infinito azul
que teu olho vê
meu grande abismo
e iluminas a escada
do meu amor
que caminha para ti
poeque
porque meu Deus
tirastes de mim
meu único bem
e ainda assim
estou aqui
Senhor meu Deus
porque
porque
porque
idilio
domingo, 13 de novembro de 2011
meu
que seja eterno
ou que dure o tempo certo
de um dia?
dirias!
que seja breve
mas que seja meu
idilio
SOLIDÃO
triste momento
só um instante
e um barco esquecido
uma lágrima rompendo
em mim
as invenções
dos meus ais
o meu amor e o meu mundo
o meu despertar
e a impossível volta
à terra do antes
como viver apangando o passado
se em mim a ferida grita
por dentro
e que deixou atras de si um
mundo todo
e o barco
e a praia
seria o amor o lamento
seria a vida a escola
o aprendizado no decompasso
da unidade
as voltas
o presente
estaria tudo reunido
ao se fechar os olhos
e nada ver
e o barco
e a praia
idilio
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
nosso abismo
eu vivi cada momento
com o meu único e último instante
eu amei cada palavra
assim como um instante
do meu mundo
senti em cada instante
que o momento
meu único
estava caminhando para o lugar dos sonhos
o lugar que buscamos
quem somos
eu amei
cada boca
cada segredo que a boca canta
enganei e me enganei
e em tudo me encontrei
e nas esquinas
fiz nascer poesias
por onde andei
imaginei pontes
e uma tristeza intragável
exibiu meu protesto
hoje visualizo ao longe
o abismo em nós
e te guardo escondida
dentro do peito
como o lábio que esconde a boca
idilio
idilio
entrelaçados entre o bem e o mal
entre a dor e o riso
na lágrima vil megera
em qualquer face
que purifica o espírito errante
e no conhecimento do amor
o dever de um vir a ser
é uma linda jornada
entre o conhecimento e a certeza
na utopia alcançável
de ser anjo
na dúvida da ascenção
entrelaçados entre o bem e o mal
Idilio
dois
ou perquerir o verdadeiro
mas ficaria sem respostas
pois
perguntas e respostas são conveniências
ou desejos
mais ainda assim
nesse dilema pobre ou terrível
em momentos estanques
os opostos são variáveis
poderia dizer-te das vezes que fui bom e amável
e vi destruído meus propósitos de virtude
poderia dizer-te
quando sobrevivi entre o bem e o mal
mas
fui feliz e chorei
idilio
a dor das paixões
de mulher te fiz
mjusa das minhas canções
e como um deus que já sabe
qual o destino que me cabe
desfruto
da dor das paixões
idilio
drama da dama
frias mulheres
todas promessas vis
em um cio frenético
a depositar seu corpo
cético
em mãos também sem cor
que não tem olhos
para svisualizar a dama
que se engana
e derrama o que restou pura
o seu desejo de ser lua
toda noite
sua
única e nova
lua
Idílio
rastros
não te culpes
se o sofrer te corroe a carne e o espírito
não te culpes
não fiques por isto
em desalento
mesmo que chagas mascerantes
te desnude o peito
ainda assim serás luz imortal
e não precisas prosseguir de rastros
e os teus olhos são dois astros
e falam de amor
nem que te pese horror terrível
não te culpes
Idílio
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
não me faltará
não me faltará
não me faltará
não me faltará
Ele vai me guiar
e em águas tranquilas
vou descansar
não me faltará
não me faltará
se o Senhor é meu pastor
não me faltará
idilio
terça-feira, 1 de novembro de 2011
amanhã
talvez amanhã
no despertar depois da partida
e haverá partida
nem sei se amanhã
mas
ainda assim
amanhã
em algum lugar
não posso despertar
olhando o que deixei
ah!
se houver amanhã
que seja sem passado
que meu peito não sinta saudades
que meus olhos só vejam
o despertar da manhã
e se amanhã chegar
que fique
nada de lágrimas
ao fechar os olhos
se esquece
adormece a alma
amanhã
se houver amanhã
que não esqueçam
de mim
Idílio
sábado, 22 de outubro de 2011
O vazio em nossas mãos
eu bem que poderia esperar muitas vidas
mas
não a vida inteira
tarde demais a tarde de nós
e como poderia existir
algo de nós sem nós
mesmo uma tarde
não tarda pra nós
e nada de nós
sem nós
tarde demais essa nossa festa
eu bem que te avisei
que não poderia te esperar
uma tarde inteira
tarde
é tarde pra nós
eu bem que procurei
te sentir aqui
sentada
a tarde inteira
desejei-te
palusível à espera da mão
mas aceitei o vácuo
na palma da nossa mão
tarde demais
o espaço vazio
o imperativo cósmico
o abandono dos sonhos
a noite inteira
a nossa criação imperfeita
o nosso amor politeísta
e o vazio em nossas mãos
Idilio
terça-feira, 18 de outubro de 2011
A Silfides Zii... Cap. 1 e 2
Capítulo 1. Zii
No reino dos elementais encontrei Zii, uma sílfides de estatura pequena e dotada de intensa percepção psíquica.
Zii tinha uma forma indefinida constituída de uma substância etérea absorvida dos elementos da atmosfera terrestre, com olhos bem definidos de uma melacolia apaixonante.
Conheci Zii em um momento de grande tristeza que se alojava em minh'alma, como um vírus que chega mansamente e se não combatido, entorpece o corpo a patologia fica evidente.
Chorava, e me encontrava sozinho em uma montanha perto do mar, lá o vento trocava carícias silencioso em minha face levando minhas lágrimas para longe do meu corpo como um prenúncio de alegria ou de desprezo pela tristeza.
Quase que encantado com aquele falar murmurante do vento, ouvi quase que imperceptível sorriso, como uma criança que brinca e gostosamente ama aquele instante de alegria.
Ela brincava e rodopiava por entre meu corpo e corria por entre meus dedos e braços como a me enlaçar em um abraço. Repentinamente ela parou à minha frente e flutuando fugiu como um raio em direção aos céus.
Levantei já esquecido da minha dor e curioso procurei a luz que dançava para mim.
Ela voltou rapidamente por traz de mim e girou por entre meu corpo em direção ao infinito e senti seu beijo em minha face.
Ouvi um sorriso e o seu nome ..Zii...
Capítulo 2. O passado
É intrigante além de fascinante, encontrar eventualmente Zii em meus sonhos. Evidente que escrevo a sua fala e a sua história, ao amanhecer.
No início ela plasmou o passado bem aos meus olhos carnais e com um leve sopro permitiu a fascinante evaporação do passado no presente e em uma rápida incursão voou pelo vazio deixado e pintou como um escrito no plasma cósmico..o passado não existe para Deus...
Devo lembrar aos leitores, que os Elementais são seres escritos pela natureza e Zii vive unicamente na atmosfera.
O passado não existe para Deus.
E subitamente ela verteu uma lágrima, uma única lágrima que estampou e encantou o seu minúsculo olho.
Quando a lágrima caiu e se derramou por entre as encostas da sua face, Zii voou rapidamente e ao longe gritou
- A lágrima é o teu passado, levou para sempre as tuas angústias e não existe mais, não nos planos de Deus.
Entre vários vôos em piruetas Zii deixou plasmado na tela do infinito a história de uma lágrima que em tintas que escorriam pelo plasma me falavam assim:
Sou uma lágrima
Nasci escondida em milhões de esperanças.Apesar de única, por ter minha individualidade e meu livre arbítrio, estive igual a outras tantas lágrimas, por longos períodos.
Evidentemente nasci para um propósito, não um único, mas um por excelência, morrer para aliviar o sofrimento e a dor de um outro ser, aquele que me conteve em suas entranhas.
Quando lá estive, no nascedouro de mim, distribuída entre minhas irmãs, parecíamos um grande rio, mas cada uma de nós éramos única, e sabíamos o nosso encontro derradeiro, do nosso propósito, do nosso fim.
Eis que desde a concepção vivíamos e nos ensinaram esse objetivo em nossas vidas, o de servir para desentoxicar o coração do nosso portador maior, outros mais românticos, que viviam entre nós, nos viam como os únicos seres no universo capazes de lavar a alma insana do filho do filho, outros, pragmáticos nos ensinaram a amar nossa causa, pois vez por outra, uma lágrima perdida poderia ter outra finalidade, outro objetivo, menos dignos, como o de morrer por nada.
Crescemos na ilusão de uma vida futura, após a caída final renasceríamos na terra, nos frutos, nas sementes, mas eis que deixaríamos a nossa essência, não mais seríamos lágrima, não mais seríamos únicas.
Eis a minha dor, nessa minha história. Não suportava deixar de ser eu mesma, deixar de ter meu livre arbítrio, deixar de ser uma essência única.
Que vivesse em preparação para a derrocada final, quanto mais imaginava a chegada ao olho, mais sofria com o depois, a total falta de certezas, ai como me doía não poder participar de uma vida com as minhas queridas irmãs, outras lágrimas, outras e outras.
A busca
Resolvi protestar, gritar por esclarecimentos reais.
Convoquei uma assembléia. A primeira assembléia das lágrimas.
Iria exigir o conhecimento do depois. Afinal éramos preparadas durante toda a vida para o momento da descida na íris e o escorrer pela face sofrida, mas ninguém esclarecia o depois, nem mesmo as lágrimas contidas, mais experientes, que haviam visto o mundo exterior e voltado pelo canal da partida, nem elas sabiam do depois.
Nos reunimos próximo ao coração, pois lá era o melhor local para uma reunião sobre o depois, afinal o coração é o órgão da razão, não das emoções como pensavam as lágrimas que deixaram sua sabedoria para nós. O coração é o único ser que guarda na memória a gratidão pelo nosso esforço em aliviar a sua dor, a dor do coração, éramos nós, as lágrimas o bálsamo para o coração partido, a plenitude para o coração feliz.
Gritei, como um corpo látego, como um menino perdido...
- Irmãs de destino, fiéis escudeiras do coração, amigas da alma, precisamos conhecer, o conhecimento nos libertará da escuridão de nós, não é só o saber que nos libra ás alturas, é necessário compreender o que se sabe, é necessário entender o porque se sabe.
Durante milhões e milhões de anos vivemos, pois somos continuidade dos nossos ancestrais, na ignorância do nosso amanhã, lendas, mitos de uma vida depois, mas nada sabemos, nada conhecemos.
Não basta viver, é necessário compreender a vida, compreender o nosso propósito.
A sabedoria
A reunião começou pontualmente na hora prevista, me encontrava ansiosa, afinal tínhamos sido cientificadas que o cérebro, o conhecedor dos destinos, compareceria à reunião pessoalmente, apesar de ele, encontrar-se em toda a parte do corpo, quando deslizava por entre veias e sonhos, naquele dia, ele compareceria seria uma decisão inédita na vida das lágrimas, conheceríamos e aprenderíamos da fonte do saber.
Ele chegou como um sábio, nada falou, apenas observou com olhos atentos e nos permitiu o silêncio, apenas o silêncio.
O silêncio se fez por alguns minutos nos sentimos inquietas mas a situação nos impelia a paciência, a espera racional da busca do saber.
De ímpeto o cérebro falou aos nossos olhos como que inebriados pelo semblante calmo e complacente daquele ser.
- Queridos segredos que enlaçam nossa desdita e agonia , a descida suprema da alma esquecida ao poço das recordações, a esperança da continuação e a certeza de um amanhã de luz.
Oh! Quão bom e suave é que as irmãs vivam em união, é revolução do amor, é a fulminação do esquecimento.
Somos parte de um propósito maior, e somos cada uma de nós, pois também sou lágrima que decide a partida, um propósito do criador, somos o grande rio e somos cada gota que verte o rio e caminha em direção ao grande mar, e quando chegarmos no grande oceano seremos o todo e cada uma partícula do todo, em uma sintonia de amor e luz.
Vivemos para aliviar a dor e somos a esperança da continuação do mundo, mas somos únicas e apesar de viver com o fim que nos alimenta , esse fim é apenas uma etapa da nossa evolução, do crescimento de nós.
Irmãs da esperança, vós sois o sal da terra e a terra depende de nossas árdua e prazerosa tarefa de permitir que a espécie humana viva e sobreviva por nós e de nós.
Para onde vamos depois da viagem derradeira não é nossa espera maior ou questão mais urgente, e sim quem somos e qual a nossa objetividade no agora.
Vivamos a plantear o nosso amanhã mas não nos preocupemos em demasia com o que há por vir depois do depois, sejamos breves no desejar e sejamos ágeis no restaurar a dor e vivamos dia a dia a tocar esperança na alma do homem.
Que nossa luta não seja em vão , que nosso propósito tenha objetividade em nós, mas sejamos pacientes na viagem até a íris e no depois, sejamos espera, para compreendermos que somos passageiras na grande vida, mas temos a nossa própria vida, se breve ou se efêmera, é apenas uma fase na certeza de nós.
Solidão
Uma gota, isolada apenas por um instante, o instante do morrer.
Evidentemente que fiquei alucinada com essa revelação, e ainda procurava assimilar a plenitude desse ensinamento.
Como era maravilhoso o país das lágrimas, como eu era importante no mundo dos homens.
Cada dia eu procurava estudar incansavelmente as palavras ditas pelo cérebro, uma a uma, vírgula a vírgula e resolvi me tornar interprete daquele sábio para o meu mundo, para esclarecer as minhas irmãs que ainda se encontravam perdidas na ignorância do esquecimento do conhecimento, sim a ignorância, a ausência do saber, o vazio da perplexidade.
Passei meses estudando, pesquisando, e a cada dia surgiam mais questões , mais dúvidas, e eis que com a dúvida surge o saber, pois que só posso perquerir o que já sei, ao menos de forma insuficiente para o meu desenvolvimento moral e intelectual, mas se pergunto, só posso fazê-lo com o inicio de um saber.
O grande mar, dentre as lições, o que mais me embriagava era o grande mar, e me perguntava, seria lá o derradeiro ponto ou o ocaso da minha espera?
Me perguntava não esperando uma resposta, mas buscando entender a possibilidade da volta, da renovação do ser, da purificação da lágrima, ou estaria cada lágrima fadada ao esquecimento no grande mar, ou ele não existia de forma perene, seria renovável, seria a renovação constante do universo.
Conversei com algumas lágrimas a respeito das minhas indagações, uma dizia que eu estava louca, outra que estava filosofando, e na sua concepção filosofia seria a busca do nada para nada.
Apenas uma, uma única lágrima em centenas de lágrimas, ouviu o meu lamento e busca. Ela se denominou solidão.
Imagine a minha surpresa, pois solidão seria uma lágrima que ousou voltar da íris, que resolveu não cair pela face desfigurada de um homem em desespero.
A solidão o desespero da espera e a desilusão da volta. A lágrima que participou da minha desdita e agonia, disse-me com uma voz embargada e rouca, quase que a findar no fim do dia.
- Filha do amanhã, tua busca é a minha busca, é a procura de cada uma de nós, mesmo quando não pensamos no amanhã, mesmo quando sonhamos apenas com o agora, ainda assim, buscamos entender quem somos.
Cada uma de nós é uma espera, e cabe-nos nessa espera procurarmos apreender o que somos, o interessante pequena luz, é que a espera tem como ponto de chegada a partida, e o partir é a mudança para o desconhecido de nós.
Cada segundo esperamos a chegada da partida, e cada segundo desejamos voltar antes da chegada, esse é o nosso dilema maior, essa é a nossa angústia ou nostalgia, pois ora é desespero, ora é saudade.
Irmã de mim, no meu desespero resolvi voltar do isolamento de mim, e na volta perdi a oportunidade de conhecer o segredo da minha espera, e hoje vivo dia a dia no isolamento da minha agonia pois que se vivi por essa espera não poderia voltar antes do fim e do recomeço, e em sendo assim vivo no purgatório da desilusão, e alguns apenas apontam para mim a dizer lá vai a solidão, La vai a lágrima que não tem espera e nem sonhos do depois.
Querida irmã eis que nada posso te oferecer mas procuras conhecer as lágrimas da alegria, que moram nas proximidades da emoção.
Lágrimas da alegria, postei a minha voz bem dentro de mim, gritei para o silêncio da minha perplexidade, e perguntei a mim mesma como que procurando entender o que sou.
Existem lágrimas que tem outras funções, outros objetivos ou seriamos todas lágrimas com o objetivo que sempre entendi e aprendi, a limpeza da alma e o balsamo do coração.
Cheguei finalmente à câmara de reflexão.
A alegria
O lugar apesar de abrigar lágrimas destinadas a alegria, está localizado entre dois mundos. O mundo disforme das tristezas e o mundo arrebatador do bem estar, afinal o campo de localização da câmara de reflexão são as emoções.
Mas somos lágrimas com o mesmo propósito, a alegria arrebata e também envenena o coração, somos o antídoto, somos as vigilantes da vida, a alegria é o reverso da dor, portanto também é dor, também machuca o coração.
E nós nascemos iguais, o fim destinado para a nossa causa não importa pois também é igual, a dor, a alegria, o descaso pela luz, não importa nada e sim que morremos para aliviar,l para garantia de uma continuidade.
Alegria, desespero da dor pela busca do perfeito, descaso pelo sim e pelo não, alma inquieta que descansa na explosão da dor.
Alegria explode não que seja o excesso, mas por ser a gota do esquecimento.
Aqui nessa câmara, apesar de morremos pela alegria, não trazemos em nós o germem da nossa desdita.
Filha da dor, não te inquietes por buscarmos o mar, a nossa agonia é a de não poder parar, mesmo nas voltas, ainda assim, continuamos em direção ao mar, mesmo calcificada em algum órgão do mundo que vivemos, ainda assim, tudo é tão frágil que me pergunto, pra que se encantar com as coisas do rio de lágrimas, se o que importa é o mar, pra que se iludir que existe um caminho se qualquer caminho vai dar no mar, a nossa vida, a vida das lágrimas, não é um mistério é um caminho que vai dá nos céus e te pergunto jovem sedutora da vida, será que temos direito a ter uma ilusão?
Se o Criador permite a volta do rio do céu descer enfim, é porque o caminho ainda não foi percorrido por nós, e nosso rio há de ser águas de paz.
A alegria é a nossa porta da volta, mas a volta é o caminho dos céus. Nascer no corpo frágil do homem, viver por ele e para ele, morrer pelas emoções, renascer na evaporação e reviver nos céus como estrela.
Não te inquietes no mundo das energias disformes.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Pela mão de Alice - ingratidão
nome que ousei chamar meu
que triste olhar e ver só fumaça
no colo que embalei a tua história
e não mais sentir as lágrimas
que cuidadosamente enxuguei
que enfadonho é ver
a menina embalada
pela mão de Alice
em um buraco sem voltas
de um coelho sem toca
é triste matar sufocada
a flor em meu coração
idílio
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
A casa da Paz
rasguei verbos em ocasiões derradeiras
e era um ponto em direção à luz
depois disso fui mágoa corroída
e provocado sem odiar a ninguém
voltei da brutalidade e às vezes vagamente mortificado
hoje, sentado à porta de mim
e à beira do meu mundo
comtemplo a minha vida em paz
busquei destruir abusos e mudar costumes
unir mesmo pelo esquecimento
entender o anonimato do amor
e fazer do meu mundo
a casa da paz
sustentei a marcha e resisti, às vezes
à desapiedade a ao descaminho
os olhos mareiam e peço aos meus
o silêncio da paz
e que busquem perdoar a mim
espírito cansado
navegante esquecido
nada do que fui permeou maldades dos sonhos perdidos
o guardador de sonhos
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um poeta.
Conheço o amor e a dor
Que anda pela mão das aventuras
Ou desventuras
Sigo a olhar toda a gente
Que teima em sentar ao meu lado
Quando a mim me basta ver o pôr do sol
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
Não tenho ambições nem desejos
Porque se os tivesse
Em vez de serem ambições ou desejos
Seriam medos de se imaginar querendo
Pois todo querer é triste
Pois se espalha por toda a encosta
E corre um silêncio quando não
Se pode abrir a porta
Quando se ama o querer
E amar é a eterna inocência
Dos sonhos
Idílio 23.092007.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
A câmara escura do sofrimento
entre paredes sem fundo e teto sem estrelas
confrontado por mim e pelos meus fatasmas
lá encontrei dentro dos olhos
a luz que semeia a possibilidade da volta
o sim imaginado mas nunca querido
e quando o quarto sem portas
estremecia meu medo
e quando já secara as lágrimas
e a minha dor tornara-se látego
e era o único templo em mim
entendi que era preciso voltar
pela porta da frente
e quebrantado chorei
e na lágrima amenizei a dor
da revolta
e renasci como possibilidade
de amar e entender
a câmara escura do sofrimento
Idilio
a fuga dos justos ( entre a mentira e a ironia )
de uma tristeza mórbida
em um mundo de inválidos
a ironia é a porta dos fracos
e o silêncio a fuga dos justos
às margens da fria visita dos puros
e no ocaso da alegria
é assim
o sentido de mim
oh! fuga brejeira
para solidão do ausente
em um mundo vago
e sem fim
oh! dor seca
que machuca a alma impura
que não é nem dúvida nem certeza
é só alma vazia
que desce e se esconde
no negro espeço
entre a mentira e a ironia
o justo, o inesperado
o falso instante que se instala
como andante errante
e o coração que salta perdido
implora por um instante...e para
idilio
um átimo e uma eternidade
mas tão pequenas em tempos que chegam a ser esquecidas em vários momentos
e cada espaço percorrido torna-se um átimo depois e uma eternidade no durante
no existir, no momento.
E nessa vida deve-se buscar além da preparação para os prazeres materiais,
sobretudo a espera, a preparação para a dor que se avizinha
pois entre um dia e uma noite sempre existirá um morrer e um novo dia.
se o amigo busca apenas a alegria do momento, saiba que de momento tudo é efêmero
o que fica e o que resta em nós é a alegria na dor, é a resignação na espera
é a espera na dor
Tudo meu jovem compositor da vida, é reflexo
o próximo instante reflete o antes
as conquistas são tão frágeis
Prepare a tua amargura, objetive a sua vida para que a dor chegue
e ao se instalar se depare com paz dentro de ti, e entenda que é passageira
que não mais que um instante, que dure menos que um dia
Não se desespere nunca, desespero é falta de preparação para o futuro incerto
desepero é prolongamento do medo e semântica da dor
A vida meu amigo é oportunidade de renovação
é oportunidade de rever erros e fatos
de rever amigos e alegrias esquecidas
é oportunidade de evoluir a alma impura
é a chance de vencer uma nova etapa
A felicidade é alheia a nós, ela pertençe aos outros
a quem amamos, aos filhos e pais, a felicidade está no outro
externa a nós,
ela é um veículo de união, é a paz sonhada
Não se pode ter dois tempos, tem-se sim dois lados
duas etapas, tem-se dois momentos
várias vidas, várias histórias
tem-se sim, muitas oportunidades
A magia, a energia doente, o erro, o engodo
a falsa certeza da eternidade do conhecimento
a sabedoria não se despedaça no tempo
Meu nome e minha história, serão novas etapas no mundo das energias disformes
no mundo das certezas irreais.
Zara Feus
um homem de fé
mesmo nas adversidades mesmo em um tempo estendido
em tempo de dores e nostalgia.
Um home de fé não pode tombar em desgosto
pois o acaso não é obra do criador.
E as sementes lançadas ao solo?
E a colheita dos frutos?
tudo faz parte do mistério do riso.
Não te deixes anistiado
não queiras uma vida sem luta e desafios
a subida pode ser árdua e cheia de dificuldades
e muitas e muitas vezes, na subida tu te arrastas feito lesmas
pois se te pores na vertical, certamente tombarás no abismo da desilusão
e não esqueças que a descida é rápida e violenta
e muitas vezes machuca um coração desprevenido.
Mas ao voltares à vida real, ao limite do teu sonho e vida
deverás continuar a caminhar com alegria e sem mágoas
pois se assim não for, perderás um ou outro
nos desvios de uma vida sem fé.
Não te desesperes meu amigo
pois se parares na subida, prejudicarás os que se postam atraz de ti
esperando para seguir o único caminho permitido
o único caminho fora do abismo
arrasta-te mas segue
fere teus pulsos e veias, mas segue
choras mas segue cantando
não olvides que ao teu lado dois seres iluminados volitam
seguindo teus passos
nunca, nunca estarás sozinho.
O passado, mestre da vida, senhor do destino
nada te pede, apenas recorda
em nada te pune, apenas restaura.
Zara Feus
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
a distancia efêmera
sem você saber quem sou
depois
partir sem provar do teu amor
queria te encontrar
mas não ter você
e levar a tua imagem
para te sonhar
queria não saber nada de você
para não ter que sofrer
a dor do amor que passa
queria te encontrar nas esquinas
não saber o teu nome
depois te esquecer
queria nem ouvir a tua voz
para não guardar teu segredo
nem me embriagar na melodia
que tua boca canta
queria só o teu olhar no meu olhar
para que a distancia que nos separa
seja uma eterna noite
e esconda o segredo do dia
queria
como eu queria
mas não posso
pois que teu beijo mesmo que não sentido
é desejado pela minha alma em transe
e provar do teu amor é meu silencio da espera
vez que tua alma pulala dentro de mim noite e dia
teu nome já mora em mim
e te esquecer nessa distancia efêmera
depois de ouvir a tua voz
é perder-se nos umbrais da vida
queria
e como quero
Idilio
revisitação a oração
obrigado por crer em ti
por estar aqui
pelo mapa divino
que traça o destino
pela dor que me abraça
pela pedra no caminho
Pai
a noite escura
esconde a beleza da renovação
das almas vazias
quando brilha a lua
com os olhos do dia
quando arde as estrelas
em poemas sagrados
ao adentrar tua igreja
seara bendita
ao curar as chagas
dos teus filhos amados
sim Pai
obrigado pela luz
do irmão que ilumina este palco
que respladença sua aura
nos campos sagrados
Idílio/Tamia
codinome
que amor é a essência de tudo
mas dirias
que amor e ódio são opostos
porém lho digo
que o amor adoece
e quando enfermo
eis o seu codinome
ingratidão
idilio
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
O grito dos pobres
E seria vã cada lágrima vertida
Pelas alegrias que embalei
Quando desavisado
Olhei pelo espectro doente
De minhas enfermidades e vícios
A harmonia que hoje visualizo
É meu fundamento gritante
E prosto meu semblante mudo
Diante de Ti
Mesmo quando calcifico a minha dor
Temo pela ventura de ser
E te amar
Ainda assim clamo a ti
Redentor divino
Dá-me as tuas mãos neste vale de lágrimas
Eis que sou fraco e pequenino
Para tragar no cálice da dor
Que redime o meu ser errante
Sei Tu me olhastes nos olhos
E como gritante enfermo
Em hora derradeira
Redimo a minha’lma
Diante de ti
Cativo estaria meu corpo
E seria oblíquo meu anverso
Quando redimido
O meu nome
Duvidasse de Ti
Meu grito ecoa por sobre montes e vales
E nada espero além
Nada desejo
Se não
O prazer de sentir-me
dependente por TI
Idilio
Redentor
Meu coração nostálgico lamenta a ti
Redentor divino
Caminhei entrementes e perdido
Tudo me destes
E me tirastes tão pouco
Hoje sento diante de TI
e vejo o mar que deixei morrer
em minhas mãos
mas clamo a ti
Senhor não me deixes aqui
À porta de Aqueronte
No limbo da desilusão
Não permitas que sedimente
A minha casa nos umbrais
Da escuridão
Devolve-me oh! Grande arquiteto
A chave de mim
Idílio
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
o desperdício
O quer dirias a respeito da falência da miragem do amor carnal?
A degradação das relações que o amor sustenta ou talvez a oposição entre o império da convivência e a modernização drástica da solidão.
Dirias, que os homens deixaram de ter nomes e uma história, dirias até que para muitos deixaram de ser perplexos e sentem grandes dificuldades em identificar o simples.
O correto das relações entre amores desfeitos é o poder da indefinição ou indeterminação do passado, não é fácil permitir o que somos e esquece-se tão rápido das fraquezas que vivemos e ignoramos o que conhecemos e a trajetória de um ponto que fomos.
O que dirias tu, que o conhecimento emancipa ou que o amor acabou?
Na atual fase dessa transição o silêncio seria a construção que se afirmaria como sintoma do fim, porém como fazê-lo falar sem que ele apenas fale necessariamente o que pretende falar.
Seria tragédia pessoal não fosse cômico a atitude de gritar pra espantar o fim, minimizar a neutralidade da intimidade e concomitantemente, a ação rebelde parece tão fácil que se transforma num modo conformista alternativo, ficar ou partir.
No final, a capacidade, antes um consenso de beleza e de admiração, passou a conviver com o assento da resignação e do asco , portanto a desmistificação e o inconformismo.
Como fazer para recuperar a esperança no amor e o realismo desesperado de uma espera. Há um desassossego no ar, a sensação de estar no ocaso do tempo, entre um presente que ainda não nasceu e um futuro quase a terminar.
Dirias ..não mais me fascina o teu olhar nem teus sonhos que dormem sozinhos dentro de ti, não mais me embriaga respirar teus anseios, estou emancipada de ti e o amor se transformou mas não acabou.
Dirias, apenas dirias pois tua voz calou pra mim
Idilio.
meta amor
que entorpece e dasaba o real
que tomba a porta da sanidade
que molha a íris
e derrama saudades
por entre os dedos
que amor é esse
que é visível ao coração
e cega a razão
que de comédia para os que pensam
envolve tragédia aos que sentem
e tange as cordas da sensibilidade
sintonizando passado e futuro
e se perde por entre
sonhos e medos
que amor é esse
que nos fere com petardos magnéticos
mas é balsamo que acalma
a alma insana
que mesmo escravidão
liberta
que mesmo partícula mínima
suaviza
e envolve toda a vida
em um átimo
e se eterniza
Idílio
sábado, 10 de setembro de 2011
por toda a minha vida
apenas gostaria de sentir
como vai você
não que queira compreender
a sua vida
mas poderia entender
a minha vida
e me descobrir
em você
como sentes
que vestes
e despes sem mim
que boca encantas
e quando choras
quem chamas
que lágrima reluz
e traduz
quem fomos
que lembranças levas
na vida
em que tardes
lembras de mim.
como vai você?
apenas gostaria
de sentir
a tua vida
Idílio
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
eu te amo
simplesmente amo
e o meu amor não é dependente de ti
o meu amor é livre
eu te amo
e não necessito que me ames
amo apenas como uma chegada
amo sem medos
nem voltas
simplesmente amo
não como uma necessidade
mas como um prazer
amo me imaginar te amando
amo sem deliciar teu rosto
amo sem ver teu medo
eu te amo assim
e não dependo do teu amor para ser feliz
mas como sou feliz te amando
eu te amo
e o meu amor é livre de tuas queixas
e uma ou duas vezes
me descubro pensando em ti
eu te amo
simplesmente amo
Anjo
desperto sonhando com teu vestido
nem preciso dizer-te que sento em teu colo
e sinto teu cheiro a invadir minha'lma
a minha flor flutua em tantas estações
mas o cheiro primeiro derramou em minhas vestes
que penetrar lago adentro
restou esquecido
nas vezes que brincamos de amantes feridos
diria que és anjo
pois flutuas tão densa
que o princípio de tudo
foi imaterial
e tantas vezes me pego
olhando pela janela
que escreveu nossa história
que dirias
sem dúvidas
sou teu anjo
não me queiras
nos lençóis brancos
em que dormes
se me queres
pra ser tua
terás que voltar à rua
e pular meu quintal
mas te advirto
amor meu
se me queres pra ser tua
terás
que me ter nua
sem passado
e quem sabe
não viverás de rastros
que escrevestes na janela
que ora esperas
apenas ver
por ela
o meu sorriso
te chamar
não
não me queiras
assim
pois sou anjo
teu anjo azul
Idílio
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Malebouche
um anjo azul no infinito
no universo sem sentido
a eterna solidão
ignora o meu ser
tenho alguns quilos incertos
e uma vida dedicada a vencer
um amanhã promissor
e uma dor constante fora de mim
um anjo caído passou
e depositou em meu corpo
solenemente em reptos veemente
dos excessos e da destruição
e ainda assim
nunca se desdenhou
em toda a minha vida
aos meus olhos entregues
a anarquia da ambição
na fraqueza
na vulgaridade
e na inconsciência
viajar a malebolge
sem guia
Idilio em 1996
Zara
sentado na mesma estação
a tarde não vem
a morte não vem
e de repente
outro tempo
outro relógio
outro amor
e a mesma história
a mesma droga de tempo
a mesma dor no tempo
a mesma louca que derrama
a fumaça da lua
a mesma rixa
eu e ela
a flor da primavera
o novo aeon
o mesmo tom
e outro som
outra menina
outra droga de rima
a mesma namorada
o mesmo sofá
e o outro lado da lua
a mesma mulher nua
e o meu violão mudo
a minha voz suada
o meu rosto morto
a minha alma vazia
no infinito do mundo
que não cria
e não vinha jamais
azul
que é meu esse céu
mesmo sem tocar em sua face
celestial
mesmo sem entender
porquem vivi
ou
quem vai além
do limite
do azul
e sei
que você não vem
aqui
e nem vai chorar
por mim
já vivi tantas histórias
e ainda assim amei
esse azul
mesmo sem entender
o porque que tanto amei
e te fiz meu céu
o que me importa
se posso visualizar
no infnito
o que fui e vivi
Idílio
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
A Sílfides Zii
No reino dos elementais encontrei Zii, uma sílfides de estatura pequena e dotada de intensa percepção psíquica.
Zii tinha uma forma indefinida constituída de uma substância etérea absorvida dos elementos da atmosfera terrestre, com olhos bem definidos de uma melacolia apaixonante.
Conheci Zii em um momento de grande tristeza que se alojava em minh’alma, como um vírus que chega mansamente e se não combatido, entorpece o corpo a patologia fica evidente.
Chorava, e me encontrava sozinho em uma montanha perto do mar, lá o vento trocava carícias silencioso em minha face levando minhas lágrimas para longe do meu corpo como um prenúncio de alegria ou de desprezo pela tristeza.
Quase que encantado com aquele falar murmurante do vento, ouvi quase que imperceptível sorriso, como uma criança que brinca e gostosamente ama aquele instante de alegria.
Ela brincava e rodopiava por entre meu corpo e corria por entre meus dedos e braços como a me enlaçar em um abraço. Repentinamente ela parou à minha frente e flutuando fugiu como um raio em direção aos céus.
Levantei já esquecido da minha dor e curioso procurei a luz que dançava para mim.
Ela voltou rapidamente por traz de mim e girou por entre meu corpo em direção ao infinito e senti seu beijo em minha face.
Ouvi um sorriso e o seu nome ..Zii...
Plural
da minha vida assim
quem veio e se instalou
aqui
aqui
bem dentro sem mim
quem deixou um cheiro
que não vivi
por ti
tenho medo das noites
que me levam
ao teu andar
e volto a sentir
que cheiro
outra vez
quem pode ser plural
em minha vida
e mesmo em metáforas
vive sempre
aqui
Idílio
sábado, 27 de agosto de 2011
sombras de um desejo
sozinho
é bem melhor do que gostar
assim
assim sem amar
vazio
e é tão bom sentir
saudade
eu queria te falar
mas sinto
sinto falta de amar
assim
assim poder beijar
baixinho
e é tão bom sentir
teu passo
mas sei
e me sinto assim
assim tão sem mim
que minha dor
é não sentir
saudade
eu idilio
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
A flor e a Pele
e o desejo da troca de cores
O roçar dos pêlos
pelo simples
pela gruta úmida
do cheiro
Os dedos que caminham
pelo mundo que você faz
a tua flor
na minha pele
o teu suave toque
e a minha viagem
teus lábios
e a minha carícia
e a lágrima que escorre
suave pela face
e se perde
e hoje
até parece
nunca ter existido
por ter
desistido
de mim
Idílio
terça-feira, 16 de agosto de 2011
uma lágrima
Cativa estaria minha’lma
E seria vã cada lágrima vertida
Pelas alegrias que embalei
Quando desavisado
Olhei pelo espectro doente
De minhas enfermidades e vícios
A harmonia que hoje visualizo
É meu fundamento gritante
E prosto meu semblante mudo
Diante de Ti
Mesmo quando calcifico a minha dor
Temo pela ventura de ser
E te amar
Ainda assim clamo a ti
Redentor divino
Dá-me as tuas mãos neste vale de lágrimas
Eis que sou fraco e pequenino
Para tragar no cálice da dor
Que redime o meu ser errante
Sei Tu me olhastes nos olhos
E como gritante enfermo
Em hora derradeira
Redimo a minha’lma
Diante de ti
Cativo estaria meu corpo
E seria oblíquo meu anverso
Quando redimido
O meu nome
Duvidasse de Ti
Meu grito ecoa por sobre montes e vales
E nada espero além
Nada desejo
Se não
O prazer de sentir-me
dependente por TI
Idilio
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
você
quando ainda perdido
escutava teu silêncio
e deixava a minha face
derreter em teu vestido
sinto falta do teu grito
e da tua lingua
quando ainda vestias
meus sonhos
sinto tanto perder-te
em meus encantos
e ainda ter que deitar na casa vazia
sinto tanto acordar em outro jardim
beijar flores que não vesti
e amar histórias que não contei
ainda assim
sinto tanto
mas tanto
que por encanto
me perdi
sinto
e respiro
o teu perfume
aqui
mas tanto amor
que nem percebo
que por medo
vesti a túnica que nunca vi
Idilio
a noite do dia anterior
pois que assim te apraz
permanecer sem mudanças reais
que felicidade é essa que desfrutas sozinha
em um pseudo paraíso
que deus é esse que segues
e não consegues um renascer
e que mesmo em um novo dia
permaneces na noite do dia anterior
que mudança é essa que buscas nos outros
e não consegues levantar da tua noite
e justificas a tua desdita em um espaço que denominas tempo
que Deus ilumine a tua procura
mas se continuares na noite do dia anterior
apenas ouso dizer-te
boa noite amor
Idilio
O cinismo essencial
quando teus olhos denunciam tua culpa
e ainda assim encantas teu interlocutor
e sorris como a macular a alegria e desdizer a bondade
cínico é a mulher que chora e na íris esconde
a escuridão da sua alma
e deixa a lágrima escorrer por entre dedos
mas continua de alma suja
cínico é o termo de Judas
é o beijo que deposita o perjúrio
é a sala vazia e a porta aberta
em contexto com a esperança
é o adeus sem senti-lo
cinico essencialmente cínico
pra não morrer de véspera
Zara Feus
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
a luz dos olhos teus
nos perdemos nas esquinas de ruas frias
e em nossas voltas não nos encontramos mais
entregamos nossas almas a outras almas perdidas
e em nossos corpos depositamos amores virulentos
caminhamos entrementes perdidos
e de casa em casa
de janeiro a janeiro
mascaramos nossa face e entorpecemos a voz
nossos sonhos se perderam em pesadelos estreitos
e já não nos conhecemos mais
a vida passa a ser essa imensa janela que me separa de ti
mas ainda assim
teus olhos de alma verde
continuam os mesmos
quem dera a alma continuasse verde
da cor dos olhos
Idílio
terça-feira, 2 de agosto de 2011
tempos perdidos
estúpida janela por onde passei
e sei
que os momentos de prazer
que em ti vivi
arracaram do peito
o melhor de mim
e me perdi
em tua escuridão de dor
oh!oh!
estúpida
quando fechei os olhos
e não encontrei mais
a tua falsa luz que à dor conduz
quando enterrei as correntes
que me amarravam a ti
quebrei essa visão
de lombra e de torpor
plantei nos olhos meus
a imagem do amor
e encontrei a luz
que espanta a escuridão
e o nome é ...
oh!oh!
Idílio
sexta-feira, 29 de julho de 2011
as implicações do amor
considerada-se algo maior para quem o padece
qualquer que seja a forma e a magnitude do amor
seja eros, agape, fraternal
sempre e sempre será um sofrimento atemporal
por vezes entorpece a ponto de satisfazer o moral
do extase, da lascívia que vicia
e por vezes de tão irracional se divide
entre a culpa e a pena que se cumpre com a privação mesma do amor
a carência do bem que o amor fornece não tem razão de fazer-se mal
porque de outro modo haveria de se dizer
que as coisas que de amor existem são males queridos
não
não tenho dúvidas de que o amor é vício e por consequência
traz potencialmente uma pena no seu nascer.
Idílio
domingo, 17 de julho de 2011
A DOR QUE CALA
Estou aqui sentado olhando as crianças a brincar e eu sonhando.
Evidente que meu sonho é alado, que viajo além do céu e mar.
Os meus pés descalços me permite sentir o gosto do asfalto molhado.
As crianças que correm à minha frente não são mais felizes que eu, o nosso céu é o mesmo,
Só me pergunto se Deus realmente mora por lá, se existem crianças que choram por lá, pois que se Deus mora lá, não existem lágrimas pra se chorar.
Eu descobri nessa minha aventura de ser criança, que as pessoas passam por mim, mas eu não estou lá.
Acho misterioso esse vai e vem de gente, e eu aqui sentada, admirando essa correria, não fossem as dores que sinto quando às vezes choro, até que me sentiria feliz , pois nem sei se sou diferente.
Eu sinceramente às vezes durmo. Se sonho, talvez, mas sempre sonho no inverno . Você imagina como é sonhar no inverno?
É um sono molhado e frio, mas é um sonho.
Ainda hoje imaginei como aqui é maravilhoso, posso sentir a chuva, posso me sentir bem perto do Criador, enquanto você se aquece em suas casas de dores amargas, enquanto comes, mas porém sem sentir o sabor de agradecer a Deus pela fartura, eu aqui sinto o frescor da manhã e me perco na fartura de minha soberania em não ter que escolher o que farei do meu dejejum.
Evidente que choro, por vezes, mas a chuva teima em cair em cima de minha cabeça como perfume que desce sobre o meu vestido, mas esse frio me permite saborear as lágrimas que caem da minha face esquecida, não por Deus, mas pelo homem que dita os mandamentos, que veste a sua túnica mais imponente e vai hoje à noite em sua igreja, Orar.
Ah!
Não existem mágoas pra se chorar,
Tudo é tão efêmero, mesmo esse frio, amanhã o sol teimará em desfechar as nuvens que migram lágrimas das crianças perdidas.
Meu coração é alado, meu fim um fado, mas o que teima em não me deixar, é esse vazio dentro de mim, talvez isso me deixe fraco e pedinte, talvez esse cheiro forte de desolação amaina a minha fome.
Poderia você homem de Deus, poderia você me condenar ao inferno dantiano, apenas por não conhecer o caminho , não conhecer a verdade, pois que não tenho vida?
Estou aqui sentado olhando as crianças a brincar com suas roupas quentes e com sorrisos largos, com seus pais e com suas vidas , e eu aqui sonhando sozinha me pergunto, Deus está lá ou aqui bem perto de mim.
Idílio Araújo
Quisera
senta aqui ao meu lado
quisera ouvir estrelas contigo
ou recomeçar o meu início
uma vida longe e tudo que aprendi
sem nomes
sem passado
mas reconhecendo as estrelas
ao teu lado
tudo está consumado
mas
quisera esquecer a minha rua
e seguir em uma estrada sem marcas
sem histórias de recomeço
senta aqui ao meu lado
vamos namorar as estrelas
apenas o teu colo
e o meu espaço
quisera não magoar o passado
e seguir sem lágrimas na boca que fica
vou deitar e seguir sonhando
irei beijar estrelas e se acaso
meu pranto cair
fui eu que decidi
continuar amando estrelas
Idílio Araújo
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Cactus
Uma mulher, aproximadamente 50 anos, longos cabelos, olhar penetrante; um homem , cabelos em desalinho, com aspecto cigano. Ambos, convenceram, as crianças a entrarem na casa dos seres pequeninos em desenvolvimento.
Ao se instalarem, assumiram o controle da situação, a partir de então assenhoraram-se do lugar.
Magnetizaram a casa de forma que o meu aceso estava obstruído por forças disformes mas invisíveis.
Evidentemente fiquei preocupado, com as crianças e sobretudo pela ausência,minha, do controle da situação.
Cedi aos interesses do casal, fui submetido a passes que impediram a projeção de preces e pedidos telepáticos de ajuda aos seres superiores.
Estava prisioneiro em mim, em minha própria casa e no meu corpo físico, não mais podia me comunicar com meu guia e amigo, não me era possível projetar fluídos para serem captados por seres invisíveis.
É possível que apesar de isolado pela minha própria vontade, apesar do vício inicial, o meu conhecimento sobre energias e materializações ideoplásticas não sofreu alteração.
Inicialmente me submeti aos caprichos do casal, no entanto visualizava e emitia vibrações para queimar a densidade no local, e a submissão envolta em lágrimas de surpresa pelo tratamento dispensado a seres que não entendem os motivos de sua desdita ameniza o ódio e cativa o algoz.
Em determinado momento perqueri a mulher:
_ Porque me persegues?
Eis que a alma aflita me responde quase que em um átimo:
_ Não, não te persigo, nem quero teu mal, apenas estamos fugindo e foi aqui que encontramos abrigo, em teu lar.
Eis os caminhos, nem sempre as circunstâncias contrárias tendem a desviar rotas e caminhos, por vezes são o caminho, do aprendizado.
Compreendi a necessidade premente de ajudar aquele casal , que de algoz traduziu a vítima.
Irrompi o magnetismo que impedia a minha comunicação com meus guias, não sem antes comprometer-me em ajudar.
Fui orientado a encaminhar o casal para a colônia Cactus, uma colônia em construção nas proximidades de uma rodovia em que tem em sua entrada, um cactus enorme e ao seu derredor uma área desmatada em círculo de aproximadamente cem metros e logo em seguida uma mata fechada. Entendi que a colônia está sendo erguida ao derredor deste Cactus, e lá será um lugar de proteção aos espíritos perdidos e perseguidos por falanges inferiores. O Cactus forma uma longa aura que inibe emanações de espíritos inferiores, não será possível captação energética ao derredor desta aura, e ali os seres em débito poderão recuperar as forças para a luta da volta.
idilio
Juburubará
Luã
Luã
Vais nascer o filho de Tupã
Os índios batem palmas
E lançam o seu colar
Luã
Luã
Vai nascer o filho de Tupã
Os caboclos cantam na mata
E os índios Tupinanbás
Dançam no seu Conga
Juburubará
Juburubará
Baraburu
Burubará
Idílio. 16.12.04
se amunser
Me encontrava em uma escuridão molhada, sabia estava ali com um fim, buscar uma criança.
Caminhava entrementes mas não perdido, ao chegar em uma pequena aldeia, nada visualizei, apenas casas mal formadas, ruas descalças, e um ser deformado começou a me seguir. Eu sabia que ele empreitava e atacaria com fúria em algum momento, então me armei com algo que visualizei na estrada e investi contra aquele ser das sombras que caiu e foi esmagado por mim, no entanto , outro ser já estava a espreita com forma de animal feroz investiu e fugi, chegando a volitar
Consegui resgatar a criança que se encontrava inerte, quase sem vida, imantada por uma energia que me fez tremer.
Sabia que necessitava encontrar um mago para salvar a criança, cheguei em uma outra aldeia.
A aldeia era fria, casas da idade média, sem luxos, sem saneamento básico, mas ali morava o velho mago.
Cheguei à sua casa com a criança no colo, aquela criança me era muito querida, estava preocupado com a sua saúde e seu estado deplorável.
Implorei aquela velha senhora, que me levasse ao mago, mas ela me dizia que naquela aldeia não existia um mago, mas se......
Pensou ela em voz alta, e chamou por alguém.
Na porta da casa apareceu um senhor, nu, velho, com inchaços pelas juntas do corpo, de uma brancura doente, mas observei que a sua nudez era natural e ele quase não tinha genitália.
Entrou, me cumprimentou.
Doutor...
Fiquei surpreso, como ele me conhecia???
Olhou para a criança e disse que iria tirar a magia que colocaram nele.
Sentou em um canto, pegou uma toalha, ou um pano, e começou a esfregar a mesma olhando para a criança que jazia em um canto, se amunser, se amunser, se amunser, repetia incenssantemente.
De repente a criança ficou de quatro, ora ria, ora rosnava, olhando para mim e para o velho.
O velho tinha seus cabelos brancos todo arrepiados e em direção à criança, que de repente pulou em cima do velho mago que caiu no chão, e a criança, como um animal faminto começou a lamber o rosto do velho, que repetia incenssantemente
Se amunser, se amunser, se amunser, se amunser
A criança pulou em cima de mim e rapidamente colocou algo em cima do meu coração, e todo o meu corpo tomou de um arrepio.
Se amunser o velho repetiu lentamente, a criança desfaleceu, acordei ainda com os pelos do corpo ristes e uma palavra martelava a minha mente
Se amunser
Se amunser
Canto para minha morte
Quero um sorriso em cada boca
Que canta a minha volta
Quero um lindo gemido
Do lábio que beija
A alma liberta que voa
Pra longe
Bem dentro de mim
Quero um coro de vozes
Que cantam saudades
Do gosto da terra
Do cheiro do campo
Que engole a carne
Da arte de Deus
Quero está ao lado da procissão
Avante irmãos!
Destino
Os céus
Nada de sofrer na estrada
É só a volta
E se eu viver amanhã
Quero um sorriso em cada lábio
Que beija a minha partida
Quero um gemido
Da boca que inventa a saudade
Que aprisiona a alma
Dentro do corpo nu
Quero uma flauta
No silêncio do dia
Avante irmãos !
Destino
A próxima parada
Nada de sofrer
É só a estrada
E se não houver amanhã
Nada quero
Nada sonho
Nada espera na volta
Só restará uma lágrima fria.
Idílio Araújo
Agreste
Era suficiente viver no agreste
Minh’alma fugou por vez primeira
Viajei e vaguei por outros montes e serras
Hoje minha Iris fita ao longe e traça a vida que fui
Ororubá
Vozes da serra e minh’alma pranteia o que já vi
Quando verti a túnica da inocência
Hoje estrangeiro de mim
Em busca da ordem
Me pergunto
Nesse complexo de equívocos
Ainda volto a encontrar meu princípio?
idilio
quinta-feira, 30 de junho de 2011
o corpo imaterial
o amor supera o espaço e o tempo
não que os laços da amizade não nos torna eternos
mas
a força do amor nos faz amigos
e por consequência nos imaginamos dependentes do tempo
saber ultrapassar o espaço é mergulhar além do tempo
além do meu querer e do seu querer
o presente em cada espaço é eterno
porém o meu conhecimento é que faz o meu tempo
se eternizar
e eis que a minha plenitude moral me permite viajar a vários espaços
em um mesmo instante no veículo do corpo imaterial
o pensamento
idilio
quarta-feira, 22 de junho de 2011
a profecia Ruiana
o vômito é a reação dos justos
a lei que seria norte passa a ser sorte
opróbio da corrupção
seria a falência da moralidade
a chancela da injustiça?
e ainda assim
a lágrima do desconforto
enobrece o coração justo
a lei seria a certeza de uma vida digna
passa a ser a homologação do devio de condutas
a profecia Ruiana machuca a alma do justo
do homem cuja honestidade envergonha
e viver passa a ser um ato de fé
idilio
sábado, 18 de junho de 2011
subconsciente
meu coração teima em visitar
o porão dilatado da minha lembrança
e minha lembrança tange as cordas
da sensibilidade
sintonizando o meu passado superior
meu satuário de bençãos
que ensina-me a improvisar os recursos do amor
nas situações difíceis
em uma extremna quietude
sem qualquer lisonja ao meu personalismo dominante
e nesse exato instante
busco intimidade com Deus
e minha oração fulminanas estrelas
e estampa confortadora expressão
em minha'lma
que concorda em silêncio
compulgida
percebendo o desprezo pelas idéias antigas
idilio
terça-feira, 14 de junho de 2011
teus olhos
nos espelhos que nos viram
petrificar teu sorriso
na boca que te espera
e cada espelho foi janela pra alma
queria encontrar-te
nos espelhos que nos virão
mesmo que utópico o amanhã
mesmo que no infinito
percam-se os espelhos
e meu rosto se perca
nas vidas que enlaço
queria
ainda assim
encontrar-te
em rostos e vidas
no espelho que reflete
nossas histórias e voltas
queria apenas queria
refletir - te
quando miro
os espelhos que nos viram
mesmo quando te fito
e percebo que teus olhos
são espelhos que refletem
a vida que enlaças
e digo
te amo
mesmo que utópico
o espelho que tu miras
e enlaça o meu destino
idilio
sexta-feira, 3 de junho de 2011
eis-me aqui
Me tirou de mim
Me fez voltar
E aqui
Quem sou?
Me falou tão perto
E calou o beijo
Sem mim
E eu desprezando
Quem sou
Me fiz voltar
e eis-me aqui
bem junto a ti
estou ao teu dispor
e te imploro
para teres de novo
A chave de mim.
Idilio
um beijo meu
Para Thamires
Às vezes é solitário viver
Luiza
Eu que dependo só de mim
Te digo
Às vezes viver é assim
Pense ficar quieta um pouquinho
Lá no meio do ventre da filha
Pense ficar pensando no que é bom
Vislumbre certas coisas de onde estou
Penso em você e eu
Eu que existindo tudo comigo
Deixo meu bem tranqüilo
E tudo que não tem fim
E repito
Luiza
Às vezes é solitário viver
Guarde pra sempre
Um beijo meu
E sendo teu
Se queres saber
Estarei sempre na casa vazia
Antes do sol raiar
E te verei confusa
Por me ver
No beijo meu. Idílio 14.12.04.
Pesqueira
E corria o menino livre do sonho
A namorada no jardim das ladeiras
E corria prado num convento alado
E fugia da matriz com medo de Águeda
Buscando ser rei da menina Dorotéia
Que se escondeu no Cristo Rei
Às margens do seminário
Do mundo infante
E subia como Araújo Maciel
Se escondeu no céu do ororubá
E a fábrica ruminava a lembrança
De uma vida
“Admiráveis beatles” índios das ladeiras
Entre o União e Comercial
Bananeiras
O profeta também fugiu pro céu
Baixa, baixa a vida pelo canal
E a praça a visitar o maestro
Com seu piston e o dedal
E o motorista sublime pai e filho
Também foi índio no pé da serra
Mas fundou o “doutô” e poeta
Da atenas do Agreste
Viva seu Chacon
Viva a menina de cabelo de trigo
Amoréco velho amigo
Viva a lágrima esquecida
Na dor suprema
Do terceiro de uma raça
Voltei e encontrei Pesqueira
Terezas num sobe e desce ladeiras
Suzanas e a cachoeira
Cataratas do ororubá.
Idílio araujo
a intimidade com Deus
Podemos visualizar dois aspectos dessa relação. A visão do Pai e a ótica do filho.
Como Pai, espero, ansioso, essa intimidade, mas que por óbvio deve ter um ponto de partida no filho. O querer está materializado no filho e analiso aqui o querer como ação e não como desejo inercial.
Como Pai, espero.
Como filho procuro estreitar a distancia entre pai e filho, e nesta busca, tornar-me intimo, e na intimidade conhecê-lo.
Não poderia, eu, simplesmente exigir atenção do Pai, que espera, sem estreitar nossos limites e nossa distancia.
Evidente que esta relação de afeto é pessoal e silenciosa. Esse diálogo deve ser presencial e intimo.
Em Lucas 5:16, observamos que Jesus o filho do homem, se retirava para lugares solitários para uma relação de afeto com Deus.
A intimidade entre Pai e filho permite o ouvir do silencio entre ambos e na leitura dessa intimidade, a necessidade do filho.
Sem esta relação de afeto não será possível a comunicação, pois que a intimidade gera a certeza e a certeza é fé, e em Mateus 21:22 entendemos o porque de tudo o que pedimos crendo, receberemos, vez que existe uma relação de afeto.
A relação de afeto permite o conhecimento, do conhecimento a intimidade e da intimidade a certeza, eis que em Tiago 1:6 observamos a intimidade no pedir, sem dúvidas.
Terei eu autoridade para vos falar eis que sou Pai e filho. Autoridade é experiência e conhecimento.
CONCURSO DE CRIMES COM EXEMPLOS PRÁTICOS
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DE IGARASSU-FACIG
BR 101, Norte – Km 25 centro – Igarassu – PE – CEP 53600-000
DIREITO PENAL 2.
Prof. Idílio Oliveira de Araújo
Aula nº 05 e 06. Teoria Geral da Pena. Concurso de crimes .
1. CONCURSO DE CRIMES.
- Verifica-se o concurso de delitos quando o agente , por meio de uma ou mais ações ou omissões, pratica dois ou mais delitos.
- Três são as hipóteses de concursus delictorum:
Concurso material ou real | Quando o agente mediante, mais de uma ação, pratica dois ou mais crimes. |
Concurso formal ou ideal | Quando o agente, mediante uma só ação, pratica dois ou mais crimes. |
Crime continuado | Quando o agente, mediante mais de uma ação, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, em razão de determinadas circunstâncias devam os delitos subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro. |
- Sistemas para aplicação da pena nos concursos de delito:
Concurso material | Sistema do cúmulo material | Soma integral das penas dos crimes |
Concurso formal imperfeito | Sistema do cúmulo material | |
Concurso formal perfeito | Sistema da exasperação | aplicação da pena do delito mais grave, aumentada de determinado quantum |
Crime continuado | Sistema da exasperação | |
- Concurso material.
Concurso material homogêneo | Crimes da mesma natureza |
Concurso material heterogêneo | Crimes de natureza diversa |
- Determina o parágrafo único do art. 70, ser imperiosa a aplicação do concurso material , caso seja mais favorável do que o formal.
Ex. de Guilherme Nucci.
- Se o réu está respondendo por homicídio doloso e lesões culposas, em concurso formal, a pena mínima seria 6 anos pelo homicídio, acrescido de um sexto o que resultaria em 7 anos.
Aplicando-se a regra do concurso material, a pena ficaria em 6 anos e dois meses de detenção.
- Concurso formal.
Concurso formal perfeito | Existe unidade de desígnio |
Concurso formal imperfeito | Desígnios autônomos em crimes dolosos |
- desígnios autônomos,é a vontade orientada para fins diversos.
Ex. C.F.IMPERFEITO. No estupro, o agente visa não apenas satisfazer a própria lascívia, como também transmitir doença venérea que sabe estar contaminado. Art. 213 e art.130 em concurso formal imperfeito.
Se uma pessoa enfileira várias pessoas com um único tiro de arma potente, consegue matá-las ao mesmo tempo, agiu com desígnios autônomos.
Ex.C.F.PERFEITO. preso subtrai para si, comprimidos psicotrópicos, quando realiza faxina ( Concurso formal dos arts.155 do CP e Art.16, da lei de tóxicos- RT 709/318)
- Crime continuado. Elementos.
Crime continuado comum | -pluralidade de condutas; -crimes da mesma espécie; -circunstâncias de tempo,lugar e modo de execução; |
Crime continuado específico | -pluralidade de condutas; -crimes da mesma espécie; -circunstâncias semelhantes de tempo,lugar e modo de execução; - crimes dolosos e pluralidade de vítimas; - em prego de violência ou grave ameaça à pessoa |
Análise dos elementos:
a) Pluralidade de condutas >>>>é necessária a pratica de duas ou mais condutas;
b) Crimes da mesma espécie >> Há duas posições a esse respeito: a) são aqueles que estiverem previstos no mesmo tipo penal. b) são aqueles que, embora não necessariamente descritos pelo mesmo tipo legal, ofendem o mesmo bem jurídico. A segunda posição é a mais utilizada pelos Tribunais.
c) Condições de espaço; deve-se observar um certo ritmo nas ações dos agentes e em localidades próximas;
d) Condições de tempo; deve-se observar uma certa continuidade no tempo. Existe julgados que considerando a periodicidade das ações, aceita períodos superior a um mês de uma ação a outra.
e) Modo de execução. São os métodos utilizados que levam a um padrão na ação.
Teorias:
- Existem várias teorias utilizadas que examinam a natureza jurídica do crime continuado.
- O Código penal adotou a teoria da ficção jurídica para efeitos de aplicação da pena e a teoria objetiva para aferição do crime continuado.
- A teoria objetiva diz que basta a aferição das condições objetivas para a determinação da continuidade, que independe da unidade de desígnios. Esta só utilizada para aferir o delito continuado perfeito ou imperfeito, sendo que naquele, existe unidade de desígnio.
? O que vem a ser unidade de desígnios?
Pois bem, é a proposta única para o cometimento das várias ações que o levaram a praticar vários resultados típicos.
Exemplos práticos 01.
SENTENÇA
PROCESSO Nº
VISTOS ET COETERA
A representante do Ministério Público, no uso e suas atribuições e com exercício nesta Comarca e Vara, denunciou D. DE JESUS , já qualificado, pelo fato de ter o denunciado, no dia 25 de outubro de 2000, quando encontrava-se na companhia do menor "José Pedro Silva de Souza", por volta das 20:00 horas, iniciado em locais diversos desta Cidade, vários assaltos a transeuntes, mediante grave ameaça exercida com arma de fogo, tomando carteiras com documentos e dinheiro, aparelhos de celular, das vítimas, praticando, destarte, o fato típico previsto no art. 157, §§ 1º e 2º, incisos I e II, c/c art. 69, do CP.
Narra ainda, a exordial, que o denunciado juntamente com seu comparsa, utilizando-se de uma moto tipo Honda CG 125, cor azul, se dirigiram inicialmente à Farmácia Neves, localizada no Centro desta Cidade, tendo ficado dando cobertura, enquanto o adolescente adentrou no estabelecimento comercial e roubou a carteira da vítima, ato contínuo foram para uma rua próxima da Makital, e ali assaltaram um transeunte, tomando-lhe a carteira, em seguida, foram para o Bar O Terraço, ocasião em que apareceu a guarnição da polícia militar, tendo o adolescente e o denunciado reagido à prisão e efetuaram disparos contra os policiais, tendo o adolescente sido atingido e levado para o Hospital Regional de Caruaru-PE. Salienta ainda a peça exordial, que na mesma noite, os elementos, por volta das 22:00 horas assaltaram várias pessoas que se encontravam no Bar do Índio, localizado na rua do Cabaré, tendo subtraído para si várias carteiras das vítimas que ali permaneciam. Ainda, por volta das 21:50 horas, o denunciado e o adolescente, adentram no Bar do Surubim, levando, novamente, dinheiro e carteira das vítimas que ali se encontravam.
Recebida a denúncia, o acusado foi qualificado e interrogado, tendo suas declarações sido reduzidas a termo (fls. 63/64).
No tríduo legal, o defensor do denunciado apresentou defesa prévia, oportunidade em que arrolou testemunhas (fls. 67/68).
Iniciada a instrução criminal foram inquiridas uma vítima e quatro testemunhas de acusação, bem como três testemunhas arroladas na defesa preliminar do réu, tendo as demais sido dispensadas (fls. 74/78 e 81/83).
No prazo do 499 do CPP, as partes não requereram a realização de qualquer diligência.
Em alegações finais a Justiça Pública requereu a procedência da denúncia, formulando-se nova classificação ao fato e consequente condenação, enquanto o defensor do denunciado requer que o mesmo seja condenado no mínimo da pena imputada ao delito (fls. 99/100 e 106/109, respectivamente).
É a história relevante do processo.
DECIDO.
Trata-se in casu, do delito inserido no art. 157, §§ 1º e 2º, incisos I e II, do Código Penal. Na oportunidade em que foi interrogado na fase inquisitorial, o acusado negou algumas nuances, no entanto confessou a sequência de delitos praticada no dia do ocorrido, restando induvidosa a autoria criminosa.
A materialidade encontra-se consubstanciada no auto de apreensão e apresentação de fls. 15, onde restou demonstrado que o valor de R$ 429,00 (Quatrocentos e vinte e nove reais), 07 carteiras porta-cédulas com documentos pessoais, um relógio marca Sky Driver, uma agenda, foram retirados da esfera de vigilância das vítimas, ocorrendo a inversão da posse do objeto para as mãos do denunciado, consumando-se o delito, bem como a arma e a motocicleta Honda CG 125 utilizadas para a prática delitiva.
A vítima e testemunhas inquiridas em juízo no curso do sumário afirmaram a autoria delitiva do denunciado, restando devidamente comprovada.
Vejamos o que disseram o denunciado, as testemunhas e vítima inquiridos durante a instrução criminal a respeito da existência do crime:
O acusado DANIEL DE JESUS SANTOS, em seu depoimento às fls. 63/64, disse:
"...que ele interrogando informa que inicialmente o adolescente José Pedro pediu para que ele fizesse uma corrida e pararam na Farmácia Neves, localizada neste Município; que ele interrogando informa que conhecia o adolescente José Pedro apenas de vistas considerando que este trabalha como mototaxista; que ele interrogando informa que inicialmente o adolescente José Pedro pediu para que ele fizesse uma corrida e pararam na Farmácia Neves, localizada neste município; que ele interrogando informa que o adolescente José Pedro entrou na Farmácia e tomou a carteira de uma vítima, que assustou-se quando notou a presença do adolescente; que ele interrogando informa que continuou o assalto com o adolescente posto disse que no referido dia estava muito alcoolizado; que ele interrogando informa que não assaltaram um homossexual na Rua próximo da Marital; que ele interrogando informa que não é verdade que por volta das 22:00 horas tenha juntamente com o menor José Pedro ao Bar do Índio, localizado na rua do cabaré, neste município; que ele interrogando informa que se dirigiram para o bar de Surubim; que ele interrogando que o adolescente José Pedro saltou da moto enquanto ele ficou aguardando e lá o adolescente José Pedro empunhou a arma de fogo e assaltou todas as pessoas que ali se encontrava; que ele interrogando informa que o adolescente quando retornou daquele local trazia consigo dinheiro e as carteiras das vítimas; que ele interrogando informa que não sabe precisar quantas pessoas tinham no bar de Surubim, mas diz que tinha menos de 10 pessoas; que ele interrogando informa que logo em seguida se dirigiram na seqüência para o Bar o Terraço; que ele interrogando informa que assim que chegaram naquele local, a motocicleta derrapou e não deu tempo de iniciar o assalto, posto que os policiais militares chegaram naquele estabelecimento; que ele interrogando informa que o adolescente reagiu à prisão e chegou a atirar contra os policiais militares, e estes atingiram com uns disparos o adolescente;..."
A testemunha EDSON LUIZ BOTELHO DE ALMEIDA FILHO, ouvida às fls. 74/75, disse que:
"... que ele depoente informa que se dirigiram ao referido local e quando chegaram o depoente avistou o adolescente saindo daquele estabelecimento com uma bolsa e uma arma em punho; que ele depoente informa que determinou que o adolescente parasse e colocasse as mãos na cabeça e em resposta o adolescente atirou contra os policiais; que ele depoente informa que revidaram os tiros, tendo o adolescente sido atingido pelos tiros, não sabendo informar quantos; que ele depoente informa que quando o adolescente caiu ele depoente adentrou no estabelecimento e avistou a pessoa do denunciado encostado em uma parede;..."
"... que ele depoente informa que encontrou a motocicleta ligada do lado de fora pronta para a fuga; que ele depoente informa que o denunciado era o condutor do referido veículo;..."
"... que ele depoente informa que as vítimas que estavam no bar "Sabor Grill" reconheceram o denunciado com um dos autores do delito; que ele depoente informa que as vítimas informaram a ele depoente que o denunciado ficava com o revólver dando cobertura ao adolescente que fazia a retirada dos objetos das vítimas;..."
Em seu depoimento às fls. 76/77 a testemunha PORFÍRIO GOMES DA SILVA afirma:
"...que ele depoente informa que reconheceu a pessoa do denunciado como um dos autores do delito em epígrafe, informando que também o reconheceu na DEPOL local;..."
As testemunhas de defesa inquiridas nada esclarecem a respeito dos fatos do presente processo.
Ora, conforme os depoimentos transcritos acima, corroborados com os demais elementos de prova, além do reconhecimento e coerência da robusta prova testemunhal produzida em Juízo, a qual coaduna com a versão da fase policial, esclarecida e provada está a autoria e responsabilidade criminal imputada ao acusado conforme entendeu o Douto representante do Ministério Público no que tange ao delito de roubo na sua modalidade qualificada pois o acusado além de estar acompanhado do adolescente José Pedro, utilizou-se ainda de arma de fogo, configurando a grave ameaça para consumar o delito.
Cabe ainda registrar que, consoante foi dito pelo ilustre Promotor desta Comuna, de fato a hipótese dos autos integra-se na configuração do crime continuado, pois trata-se de crimes da mesma espécie e circunstâncias de tempo, lugar e maneira de execução, levando-se á conclusão de que os crimes posteriores devem ser havidos como continuação do primeiro, na forma do disposto no art. 71 do Código Penal.
Trago à baila o entendimento jurisprudencial pátrio:
TACRSP: "Nos dias de hoje, com a população atemorizada, uma simples ordem de alguém, que por cima ainda exibe uma arma de fogo, é mais do que suficiente para reduzir à incapacidade de defesa qualquer pessoa, e verificando-se a subtração, não se pode negar a ocorrência de um crime de roubo" (JTACRIM 90/342).
STJ: "O delito de roubo se consuma no momento em que o agente se torna possuidor da res subtraída mediante ameaça ou violência. Para que o agente se torne possuidor, é prescindível que ele saia da esfera da vigilância do antigo possuidor, bastando que cesse a clandestinidade ou a violência (Precedente do Colendo Supremo Tribunal Federal - RTJ 135/161-192), Seção Plenária. Embargos acolhidos" (RSTJ 100/227).
STJ: "Crime continuado. (...) Ao crime continuado, dada a pluralidade de delitos, tratados unitariamente, aplica-se a pena de um só dos crimes, se idênticos, ou a mais grave, se diversos, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços (CP, art. 71)" (HC 6.831-RJ-DJU de 11-5-98, p. 154).
Evidenciado está que o réu agiu imbuído na intenção de subtrair para si a res furtiva, e para tanto utilizou-se de arma de fogo de forma a provocar não reação por parte da vítima, configurando com seu ato o roubo na sua modalidade qualificada.
O requerimento do nobre patrono do acusado de aplicação da pena mínima, encontra-se inteiramente divorciado da prova dos autos, ante a clareza das provas trazidas à colação demonstrando o emprego da violência e subtração por parte do denunciado dos objetos que foram retirados da esfera de vigilância das vítimas, consumando-se, destarte, o presente delito.
PELAS RAZÕES EXPENDIDAS, considerando o mais que dos autos consta, não havendo dúvida quanto a responsabilidade delituosa imputada ao acusado e ainda que este se defende da descrição fática e não da capitulação feita pelo órgão ministerial quando da denúncia, convencida que estou da autoria e materialidade, JULGO PROCEDENTE A DENÚNCIA, para condenar DANIEL DE JESUS SANTOS, já qualificado, como incurso nas penas do art. 157, § 2º, incisos I e II, c/c art. 71 do Códex Penal.
Passo a dosar-lhe a pena considerando as diretrizes ofertadas pelo artigo 59 do Código Penal. O réu é tecnicamente primário, não apresenta registro de antecedentes criminais. A conduta social é boa, no entanto, apresenta personalidade voltada para o crime. Por outro lado, quanto ao juízo de reprovação sobre sua conduta delituosa, sem dúvidas não lhe favorece ante a natureza do crime perpetrado. As circunstâncias e os motivos não lhe são benéficos.
Fixo a pena base em 06 anos e 08 meses de reclusão, pena que reduzo em 02 meses considerando a circunstância atenuante de que o autor do delito confessou o crime espontaneamente, e à míngua de circunstâncias agravantes, e ante a ausência de causas de diminuição, mas sobretudo considerando a hipótese de crime continuado e sendo esta causa de aumento, majoro-a em 1/6, observadas as diretrizes acima ofertadas, tornando-a definitiva em 07 anos e 07 meses de reclusão. Condeno ainda ao pagamento de 30 dias multa, fixados a base de 1/30 do salário mínimo vigente, considerada a situação econômica do réu.
A pena deverá ser cumprida inicialmente em regime semi-aberto "ex-vi" do art. 33, § 1º, letra "b", do Código Material, na Penitenciária do Agreste, localizada no Município de Canhotinho-PE ou em outro estabelecimento prisional a critério do Juízo da Execuções Penais.
O réu deverá apelar preso, vez que aguardou o julgamento do processo recolhido na Cadeia Pública deste Município, pois solto poderá evadir-se do distrito da culpa.
Intime-se pessoalmente o réu e o respectivo defensor do mesmo, no endereço constante dos autos.
A pena de multa já aplicada, como dito, subsiste, e deverá ser recolhida em favor do Fundo Penitenciário, dentro dos dez (10) dias subsequentes ao trânsito em julgado deste decisão (art. 50 do CPB), ocasião em que os autos deverão ser remetidos à contadoria do Fórum, para cálculo do montante devido, e nos termos do art. 51, do CPB, com a redação que lhe foi conferida pela lei nº 9268/96, decorrido o decênio legal, sem que haja pagamento da multa, extraia-se certidão, encaminhando-se ao Exmo. Sr. Procurador Chefe da Fazenda Pública Nacional, neste Estado, para adoção das medidas cabíveis.
Lance-se o nome do réu no rol dos culpados, após o trânsito em julgado desta decisão e remeta-se o respectivo boletim individual à repartição competente.
Custas pelo réu.
P.R.I.
S.C.C.-PE, 21 de junho de 2001.
Dr. IDÍLIO OLIVEIRA DE ARAÚJO
Juiz de Direito
2.
PROCESSO n.º .
AUTORA: Justiça Pública.
RÉUS :
".
TIPO PENAL: Art. 157, § 2º, I e II do C.B.P., art. 129, § 1º, I do C.P.B c/c o art. 70 do C.P.B.
SENTENÇA
VISTOS ET COETERA.
É o relatório.
Julgo.
"Que o meu veredicto não seja o anátema candente e sim a mensagem que regenera, a voz que conforta, a luz que clareia, a água que purifica, a semente que germina a flor que nasce no estrume do coração humano. Que a minha sentença possa levar consolo ao atribulado e alento ao perseguido. Que ela possa enxugar as lágrimas da viúva e o pranto dos órfãos. E quando diante da cátedra em que me assento desfilarem os andrajosos, os miseráveis, os párias sem fé e sem esperança dos homens, empezinhados, escorraçados, pisoteados e cujas bocas salivam sem ter pão e cujos rostos são lavados nas lágrimas da dor, da humilhação e do desprezo, ajuda-me Senhor, a saciar a sua fome e sede de justiça."
Tudo foi regularmente processado, não havendo diligência a ser cumprida, nem irregularidade a ser sanada. O processo foi regularmente instruído, tendo sido observadas todas as formalidades legais, assegurando-se o devido processo legal e, sobretudo, a oportunidade para ampla defesa dos réus.
Não vislumbro o grave constrangimento, nem a violação do princípio da ampla defesa, alegado pela defesa em suas alegações finais, posto que, o simples fato de não ter sido intimado para defesa prévia no interrogatório, e sim em outra oportunidade não constitui causa de nulidade nem de cerceamento de defesa.
DA MATERIALIDADE.
Vejamos os fatos.
Analisando o arcabouço probatório inserido nos autos, verificamos que a materialidade ficou exposta, vejamos:
1. Com relação ao roubo que figura como vítima o Cabo/ PM MARLON JOSÉ DOS SANTOS, consta nos autos os Autos de Apresentação e Apreensão, às fls. 13 e 70, bem como o Auto de Avaliação, às fls. 21;
2. No que diz respeito às lesões corporais, de natureza grave, que tiveram como vítimas as pessoas de SEBASTIÃO JOSÉ DE ALMEIDA BARBOSA e AMARO PEDRO BARBOSA, consta nos autos Exames Traumatológicos, às fls. 151 e 153;
3. Quanto ao roubo de veículo de propriedade da vítima CARLOS ANTÔNIO DA SILVA, consta nos autos o Auto de Apresentação e Apreensão, às fls. 69, bem como o Auto de Avaliação, às fls. 81.
Roubo é a subtração de coisa alheia e móvel mediante violência, grave ameaça ou qualquer meio capaz de anular a capacidade de resistência da vítima.
Trata-se de crime complexo, em que a lei penal protege a posse, a propriedade, integridade física, saúde e liberdade individual.
Nos termos do Artigo 157, caput, do C.P, para cometer o roubo o sujeito executa o fato mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.
O roubo próprio atinge a consumação quando o sujeito consegue retirar o objeto material da esfera de disponibilidade da vítima, ainda que haja posse tranqüila.
Nos termos da lei, lesão corporal compreende toda e qualquer ofensa ocasionada à normalidade funcional do corpo ou organismo, seja do ponto de vista anatômico, fisiológico ou psíquico. Segundo Hungria, até a desintegração da saúde mental é lesão corporal, já que a inteligência, a vontade ou a memória dizem com a atividade funcional do cérebro.
Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum).
Sujeito passivo, em princípio, é qualquer pessoa.
A ação física compreende o verbo "ofender", com o sentido de causar lesão em terceiro.
Houve lesão em terceiros.
Ora, a materialidade está patenteada, passamos a autoria.
É oportuno salientar que o crime cometido contra a Empresa Brasileiro de Correios e telégrafos é da competência da Justiça federal, e que tramita Inquérito neste sentido na Justiça especializada.
DA AUTORIA.
Ao ser interrogado em Juízo, fls. 124, o denunciado Paulo Manoel Adelino da Silva, alegou sua menoridade, o que fora comprovado posteriormente com a juntada aos autos de sua certidão de nascimento, fls. 131, tendo sido determinada a sua exclusão do feito, às fls. 180 dos autos, prosseguindo o processo em relação aos demais Réus.
Vislumbramos às fls. 122, o interrogatório do acusado Genildo Cosme dos Santos:
" ... Depois o interrogado, junto com os três denunciados e Nelson, assaltaram os Correios desta Cidade. Antes do assalto, renderam o PM Marlon e tomaram-lhe a arma, e com isso Nelson ficou com a arma do PM e deu a outra arma a Paulo..."
Visualizamos às fls. 123, o interrogatório do acusado José Adriano Marques da Silva:
"... Diz que Nelson rendeu o Policial e quando entrou nos Correios entrou com o Policial Marlon... o interrogado diz que ficou do lado de fora dos Correios juntamente com o menor e que não estavam armados... que o produto do roubo não foi distribuído e que não sabe com quem ficou o dinheiro..."
Ainda, vejamos o interrogatório do Réu Sérgio Pastor dos Santos, às fls. 125:
"... que no dia 17 iam embora mais estavam sem dinheiro então Coca inventou de fazer o assalto. Que coca estava armado com a arma dos autos. O interrogado diz que a sua participação no assalto é que ficou no lado de fora esperando..."
A autoria ficou elucidada nos autos.
Vejamos os depoimentos das provas testemunhais trazidas aos autos pelo Ministério Público:
" ... Que estava em serviço na Agência dos Correios local; que era o Chefe da Agência, que foram presos quatro dos assaltantes e que recuperaram parte do dinheiro ..."( Sebastião José de Almeida Barbosa - Vítima. Fls. 319 ).
" ... Que tomaram a arma do declarante e deram uma coronhada na sua cabeça..." ( Marlon José dos Santos – Testemunha. Fls. 328 ).
" ... Que estava de serviço na Prefeitura no dia do assalto, que ouviu os tiros na cidade; que apenas visualizou um dos assaltantes, um Negão alto..." ( Júlio de Lima Poroca – Testemunha. Fls. 329 ).
Outrossim, em suas alegações finais, a defensoria pública pede a desclassificação do crime para o Art. 157 caput, do Código Penal Brasileiro, devendo observar-se atenuantes, eis que confessaram espontaneamente a prática delitiva.
Observemos a Jurisprudência a respeito:
" O roubo é um crime complexo, que envolve outras ações ilícitas de menor gravidade. Assim, embora absolvido do delito maior, pode o agente ser condenado pelo delito menor, residual, implícita ou explicitamente contido na denúncia" (TACRIM – SP – AC- Rel. Hélio de Freitas – JUTACRIM 85/453).
" Concurso formal de delitos – Se, durante uma investida de um trio de roubadores, duas vítimas foram imobilizadas sob grave ameaça a mão armada e, por isso, tiveram os respectivos patrimônios desfalcados, houve concurso formal de delitos e não crime único" (TACRIM –SP-AC- Rel. Haroldo Luz – JUTACRIM 99/76).
Exsurge nos autos que os acusados subtraíram coisa móvel alheia, para si mediante grave ameaça e violência a pessoa, depois de havê-la reduzido à impossibilidade de resistência, e a violência foi exercida com emprego de arma, em concurso de mais de duas pessoas, tipificando assim o Art. 157 parágrafo 2º, I e II do Código Penal, bem como ofenderam a integridade corporal de outrem, resultando incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias, conforme exames traumatológicos às fls. 151 e 153, tipificando assim o Art. 129 parágrafo 1º, I do Código Penal.
Diante do exposto e considerando tudo o mais do que dos autos consta e em direito aplicável, JULGO PROCEDENTE EM PARTE a pretensão punitiva do Estado, e via de conseqüência condeno os réus GENILDO COSME DOS SANTOS, JOSÉ ADRIANO MARQUES DA SILVA e SÉRGIO PASTOR DOS SANTOS, como tendo incorrido nas sanções dos art. 157 parágrafo 2º inciso I e II, e Art. 129 parágrafo 1º inciso I, todos do Código Penal vigente, e em concurso material nos termos do art.69 do mesmo diploma penal. E considerando tudo isso, passo à dosimetria da pena, nos termos do art.59 do CP, e atendendo ao ensinamento de Nelson Hungria em seus Comentários ao Código Penal (Forense - 1955 - v.5,p.464).
DOSIMETRIA E FIXAÇÃO DA PENA.
- QUANTO AO ACUSADO GENILDO COSME DOS SANTOS:
Na apreciação das circunstâncias judiciais, no que se refere a culpabilidade, verificando a intensidade do dolo, por intensidade do dolo se deve entender a maior ou menor afirmação da mens rea. O dolo tem uma escala, que vai desde uma intervenção mínima de consciência e vontade até o pleno domínio da inteligência sobre a volição. Intensidade do dolo é o grau de determinação consciente com que se realiza a ação criminosa. Conclui-se que no caso em análise, trata-se de dolo direto, emanado da livre e consciente vontade de praticar o delito em grau médio. O acusado não é tecnicamente primário, tendo ficado revelado nos autos disposição criminosa do mesmo. A conduta social não é boa, conforme prova testemunhal. Os antecedentes psíquicos da ação, a força propulsora da vontade atuante, é considerado como um imoral, antisocial. As circunstâncias que cercaram a prática da infração penal militam em desfavor do réu. As conseqüências do crime foram de maior gravidade, ocasionando danos as vítimas e o maior alarma social. A vítima não contribuiu para a facilidade da ação criminosa.
Assim, fixo-lhe a pena base do crime tipificado no Art. 157 do C.P., em 06 (seis) anos e 03 (três) meses de reclusão, tendo em vista serem as circunstâncias judiciais desfavoráveis ao acusado. Considerando a atenuante do Art. 65, III, alínea "d", diminuo a pena em 03 (três) meses, ficando dosada em 06 (seis) anos de reclusão. Não existem agravantes a serem observadas. Militam em desfavor do réu causa de aumento de pena, a prevista no Art. 157 parágrafo 2º, inciso I e II, em sendo assim aumento a pena pela metade, ficando definitivamente dosada a em 09 (nove) anos de reclusão, pois não existem causas de diminuição.
No que tange ao crime tipificado no Art. 129 do C.P., fixo-lhe a pena base em 06 (seis) meses de detenção, tendo em vista existir circunstâncias judiciais desfavoráveis ao acusado. Considerando a atenuante do Art. 65, III alínea "d", diminuo a pena em 01 (um) mês, ficando dosada em 05 (cinco) meses de detenção. Não existem circunstâncias atenuantes nem agravantes a serem observadas, bem como não militam em favor ou desfavor do réu causas de diminuição ou aumento de pena, ficando definitivamente dosada a pena em 05 (cinco) meses de detenção.
Com relação ao concurso material.
Caracteriza o concurso material a prática de dois ou mais delitos através de mais de uma ação ou omissão. Está previsto no Art. 69, parágrafos 1º e 2º do Código Penal, recebendo também a denominação de concurso real ou cúmulo material.
O concurso ocorre quando são praticados dois ou mais delitos interligados por várias razões.
Somam-se as penas privativas de liberdade de cada crime.
Importa ressaltar que em caso de concurso material, deve o julgador individualizar a pena fixada para cada um dos delitos, somando as penas ao final.
" O que distingue concurso material ou real é a pluralidade de resultados puníveis e decorrentes de duas ou mais ações ou omissões típicas e cada qual configurando resultado autônomo, mas todas vinculadas pela identidade do sujeito, sendo independente para cada crime no momento executivo ". (JUTACRIM 89/386)
O caso em análise é típico de crime em concurso material, face o já exposto, em sendo assim, após individuar as penas fixadas para cada um dos delitos, passo a somar as mesmas para sua fixação final.
Com relação ao delito de furto , a pena aplicada foi de 09 (nove) anos de reclusão. No que tange ao crime de lesão corporal a pena definitiva foi de 05 (cinco) meses de detenção
Pelo exposto, face o concurso material dos crimes, fixo a pena total do acusado GENILDO COSME DOS SANTOS em 09 (nove) anos de reclusão e 05 (cinco) meses de detenção.
O regime inicial de cumprimento da pena será o fechado, por força do Artigo 33, parágrafo 2º, alínea "a", devendo ser cumprido em local adequado, qual seja, Penitenciária Barreto Campelo.
Determino seja o nome do réu lançado no livro do rol de culpados, após o trânsito em julgado desta decisão, por força do Art. 393, II, do C.P.P., e Art. 5º, inciso LVII da Constituição Federal.
Condeno ainda o réu ao pagamento das custas processuais, por força do Art. 804 do C.P.P.
Expeça-se o respectivo mandado de prisão.
- QUANTO AO ACUSADO JOSÉ ADRIANO MARQUES DA SILVA:
Na apreciação das circunstâncias judiciais, no que se refere a culpabilidade, verificando a intensidade do dolo, por intensidade do dolo se deve entender a maior ou menor afirmação da mens rea. O dolo tem uma escala, que vai desde uma intervenção mínima de consciência e vontade até o pleno domínio da inteligência sobre a volição. Intensidade do dolo é o grau de determinação consciente com que se realiza a ação criminosa. Conclui-se que no caso em análise, trata-se de dolo direto, emanado da livre e consciente vontade de praticar o delito. O acusado não é tecnicamente primário, não tendo ficado revelado nos autos disposição criminosa do mesmo. A conduta social é boa, conforme prova testemunhal. Os antecedentes psíquicos da ação, a força propulsora da vontade atuante, é considerado como um imoral, antisocial. As circunstâncias que cercaram a prática da infração penal militam em desfavor do réu. As conseqüências do crime foram de maior gravidade, ocasionando dano moral a vítima e o maior alarma social. A vítima não contribuiu para a facilidade da ação criminosa.
Assim, fixo-lhe a pena base do crime tipificado no Art. 157 do CP, em 06 (seis) anos e 03 (três) meses de reclusão, tendo em vista serem as circunstâncias judiciais desfavoráveis ao acusado. Considerando a atenuante do Art. 65, III, alínea "d", diminuo a pena em 03 (três) meses, ficando dosada em 06 (seis) anos de reclusão. Não existem agravantes a serem observadas. Militam em desfavor do réu causa de aumento de pena, a prevista no Art. 157 parágrafo 2º, inciso I e II, em sendo assim aumento a pena pela metade, ficando definitivamente dosada a em 09 (nove) anos de reclusão, pois não existem causas de diminuição.
No que tange ao crime tipificado no Art. 129 do CP, fixo-lhe a pena base em 06 (seis) meses de detenção, tendo em vista existir circunstâncias judiciais desfavoráveis ao acusado. Considerando a atenuante do Art. 65, III alínea "d", diminuo a pena em 01 (um) mês, ficando dosada em 05 (cinco) meses de detenção. Não existem circunstâncias atenuantes nem agravantes a serem observadas, bem como não militam em favor ou desfavor do réu causas de diminuição ou aumento de pena, ficando definitivamente dosada a pena em 05 (cinco) meses de detenção.
Com relação ao concurso material.
O caso em análise é típico de crime em concurso material, face o já exposto, em sendo assim, após individuar as penas fixadas para cada um dos delitos, passo a somar as mesmas para sua fixação final.
Com relação ao delito de furto , a pena aplicada foi de 09 (nove) anos de reclusão. No que tange ao crime de lesão corporal a pena definitiva foi de 05 (cinco) meses de detenção
Pelo exposto, face o concurso material dos crimes, fixo a pena total do acusado JOSÉ ADRIANO MARQUES DA SILVA em 09 (nove) anos de reclusão e 05 (cinco) meses de detenção.
O regime inicial de cumprimento da pena será o fechado, por força do Artigo 33, parágrafo 2º, alínea "a", devendo ser cumprido em local adequado, qual seja, Penitenciária Barreto Campelo.
Determino seja o nome do réu lançado no livro do rol de culpados, após o trânsito em julgado desta decisão, por força do Art. 393, II, do C.P.P., e Art. 5º, inciso LVII da Constituição Federal.
Condeno ainda o réu ao pagamento das custas processuais, por força do Art. 804 do C.P.P.
Expeça-se o respectivo mandado de prisão.
III- QUANTO AO ACUSADO SÉRGIO PASTOR DOS SANTOS:
Na apreciação das circunstâncias judiciais, no que se refere a culpabilidade, verificando a intensidade do dolo, por intensidade do dolo se deve entender a maior ou menor afirmação da mens rea. O dolo tem uma escala, que vai desde uma intervenção mínima de consciência e vontade até o pleno domínio da inteligência sobre a volição. Intensidade do dolo é o grau de determinação consciente com que se realiza a ação criminosa. Conclui-se que no caso em análise, trata-se de dolo direto, emanado da livre e consciente vontade de praticar o delito. O acusado é tecnicamente primário, não tendo ficado revelado nos autos disposição criminosa do mesmo. A conduta social é boa, conforme prova testemunhal. Os antecedentes psíquicos da ação, a força propulsora da vontade atuante, é considerado como um imoral, antisocial. As circunstâncias que cercaram a prática da infração penal militam em desfavor do réu. As conseqüências do crime foram de maior gravidade, ocasionando dano moral a vítima e o maior alarma social. A vítima não contribuiu para a facilidade da ação criminosa.
Assim, fixo-lhe a pena base do crime tipificado no Art. 157 do CP, em 06 (seis) anos e 01 (um) mês de reclusão, tendo em vista serem as circunstâncias judiciais desfavoráveis ao acusado. Considerando a atenuante do Art. 65, III, alínea "d", diminuo a pena em 03 (três) meses, ficando dosada em 05 (cinco) anos e 10 (dez) meses de reclusão. Não existem agravantes a serem observadas. Militam em desfavor do réu causa de aumento de pena, a prevista no Art. 157 parágrafo 2º, inciso I e II, em sendo assim aumento a pena pela metade, ficando definitivamente dosada a em 08 (oito) anos e sete meses de reclusão, pois não existem causas de diminuição.
No que tange ao crime tipificado no Art. 129 do CP, fixo-lhe a pena base em 05 (cinco) meses de detenção, tendo em vista existir circunstâncias judiciais desfavoráveis ao acusado. Considerando a atenuante do Art. 65, III alínea "d", diminuo a pena em 01 (um) mês, ficando dosada em 04 (quatro) meses de detenção. Não existem circunstâncias atenuantes nem agravantes a serem observadas, bem como não militam em favor ou desfavor do réu causas de diminuição ou aumento de pena, ficando definitivamente dosada a pena em 04 (quatro) meses de detenção.
Com relação ao concurso material.
O caso em análise é típico de crime em concurso material, face o já exposto, em sendo assim, após individuar as penas fixadas para cada um dos delitos, passo a somar as mesmas para sua fixação final.
Com relação ao delito de furto , a pena aplicada foi de 08 (oito) anos e sete meses de reclusão. No que tange ao crime de lesão corporal a pena definitiva foi de 04 (quatro) meses de detenção
Pelo exposto, face o concurso material dos crimes, fixo a pena total do acusado SÉRGIO PASTOR DOS SANTOS em 08 (oito) anos e sete meses de reclusão e 04 (quatro) meses de detenção.
O regime inicial de cumprimento da pena será o fechado, por força do Artigo 33, parágrafo 2º, alínea "a", devendo ser cumprido em local adequado, qual seja, Penitenciária Barreto Campelo.
Determino seja o nome do réu lançado no livro do rol de culpados, após o trânsito em julgado desta decisão, por força do Art. 393, II, do C.P.P., e Art. 5º, inciso LVII da Constituição Federal.
Condeno ainda o réu ao pagamento das custas processuais, por força do Art. 804 do C.P.P.
Expeça-se o respectivo mandado de prisão.
Proceda-se as comunicações de estilo.
Publique-se, registre-se e intime-se.
Santa Maria do Cambucá, 03 de novembro de 1999.
Dr. Idílio Oliveira de Araújo.
Juiz de Direito.